(São Paulo) Na próxima semana, representantes do Banco Central, do Ministério da Fazenda e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) se reúnem para discutir a regulamentação de tarifas bancárias. A informação é do ministro da Fazenda, Guido Mantega. A expectativa é ter uma legislação até o final do ano.
Relatório do Banco Central mostra que, nos últimos dez anos, os bancos brasileiros arrecadaram R$ 2,6 bilhões só com tarifas cobradas de clientes, um crescimento de 130% nos lucros.
“As tarifas são uma preocupação para o governo, e uma das questões é que elas não têm muita transparência”, criticou o ministro. “Cada instituição cobra determinada tarifa, elas são diferentes de um banco para o outro, e o correntista fica sem saber se está pagando mais ou menos”, declarou.
O plano do governo seria “homogeneizar” as tarifas, quer dizer, determinar o número de cobranças que podem ser feitas pelo sistema financeiro, de forma transparente, para que o cidadão saiba quanto está pagando em cada banco. “Esta é uma arma importante para o correntista poder dizer: olha, estou pagando mais no banco X e menos no banco Y, então vou passar para o banco Y”, explicou.
A discussão não é feita apenas no Brasil, mas está em curso em diversos países, preocupados com a evolução e o peso da tarifas no custo financeiro.
Para o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo. “Acho que esse assunto vai entrar [em discussão] nos próximos dias. Até porque existe quase consenso na sociedade de que as tarifas cresceram em demasia.”
O presidente da Febraban, Fábio Barbosa, disse à Agência Brasil nesta terça-feira, 25, que a redução não compete à entidade, mas admitiu que ela pode ajudar a divulgar as tarifas cobradas por cada banco para estimular a concorrência. O sistema Star na página da federação na internet permite esse estudo. Barbosa não quis comentar a uniformização dos nomes das tarifas para facilitar a comparação.
Fonte: Revista Fórum, com informações da Agência Brasil