Pela primeira vez na história da Corrida de São Pilantra, organizada pelo Sindicato de São Paulo, três candidatos venceram a edição deste ano: o governador do estado, que vendeu o último banco público de São Paulo, a Nossa Caixa; o prefeito Nunkassabe, que vetou a lei que obriga a instalação de portas de segurança nas agências bancárias da capital paulista; e a presidenta da Caixa Econômica Federal, Maria “Ferranda”, que insiste em descontar os dias parados na greve dos bancários, além de punir os grevistas de diversas maneiras.
A tradicional corrida realizada pelo Sindicato de São Paulo há dez anos, uma paródia da São Silvestre, agitou a avenida Paulista nesta segunda-feira, dia 29. Em sua 11ª edição, o evento reuniu centenas de pessoas, num protesto bem humorado contra aqueles que, durante o ano, prejudicaram os bancários e a população em geral.
Ao som da música tema do filme “O Poderoso Chefão”, bancários e artistas desfilaram pela avenida Paulista vestidos a caráter com as indumentárias dos concorrentes. Atores com penas-de-pau e malabaristas animaram o evento. Um dos personagens que mais chamaram a atenção foi o presidente norte-americano “W. Busha”, que levou inúmeras sapatadas de quem estava lá para protestar ou simplesmente passava pela rua e decidiu participar da brincadeira.
O banqueiro “Taniel Tantas”, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), “Gilbar Mente”, e os donos dos bancos Itaú e Unibanco, Roberto Setúbal e Pedro Moreira Salles, respectivamente, também foram bem votados e ficaram empatados em segundo lugar. Os concorrentes foram indicados e eleitos pelos próprios bancários, em mensagens envidadas ao site do Sindicato.
Além dos concorrentes reais, personagens da ficção engrossaram a Corrida, como a Flora e Silveirinha, de uma novela rede Globo. Ao longo do ano, eles fizeram tantas maldades quanto os vencedores governador de São Paulo, “NunKassabe” e “Maria Ferranda”.
Outras fantasias representavam algumas maldades que tanto afligem o povo brasileiro, como a corrupção, o peculato a falsidade ideológica e a violência contra as mulheres e crianças.
Os bancários também carregaram ao longo da Corrida de São Pilantra diversas faixas de protesto, em especial, contra as fusões e aquisições entre os bancos e contra a terceirização. Principalmente no caso da Fidelity, que presta serviços para vários bancos sem respeitar os direitos dos trabalhadores.
“Aliás, os vencedores dessa prova podem pegar seus troféus na sede da Fidelity, em Jundiaí, porque lá pode ser considerada a sede da pilantragem”, destacou Juvandia Moreira, secretaria-geral do Sindicato, durante a premiação.
A Corrida de São Pilantra é realizada pelo Sindicato desde 1998 e foi criada para pressionar o antigo banco Mercantil de São Paulo (hoje controlado pelo Bradesco) a pagar a participação nos lucros e resultados devida aos funcionários.