Um gerente da agência do Banco do Brasil, localizada no centro de Carpina (PE), foi vítima de um sequestro, na noite de terça-feira (2). O bancário e a enteada foram mantidos reféns, na casa dele, durante toda a madrugada.
Os sequestrados liberaram o bancário, na manhã desta quarta-feira (3), mas levaram a adolescente para tentar garantir o pagamento de R$ 1 milhão. Mesmo sem a entrega do resgate, ela foi liberada algumas horas depois, quando a polícia entrou em ação.
Esse sequestro traz à tona uma reivindicação antiga da categoria bancária: o fim da guarda das chaves pelos funcionários dos bancos. “Essa é a medida mais eficaz, para evitar sequestros de bancários e seus familiares”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Jaqueline Mello.
O procedimento-padrão de vários bancos, em todo Brasil, é que funcionários dos bancos (gerentes ou tesoureiros) tenham a posse das chaves das agências e dos cofres. Os bancários reivindicam que as chaves sejam guardadas por empresas do setor de segurança.
“Tentamos, inclusive, colocar essa reivindicação no projeto-piloto nacional de segurança bancária [implementado no Recife, em Jaboatão dos Guararapes e Olinda, desde agosto de 2013], mas os bancos se negam a atendê-la”, conta Jaqueline.
De acordo com a presidenta do Sindicato, os três assaltos a bancos, ocorridos no Recife, desde a última sexta-feira (28), evidenciam a fragilidade da segurança bancária. Na primeira agência, os criminosos entraram, após quebrarem o vidro com uma marreta. Na segunda, funcionárias do banco foram abordadas, no estacionamento, localizado no subsolo. E, na terceira, os criminosos passaram pela porta de detector metais, com armas.
“Reivindicamos que as agências tenham vidros blindados e que haja câmeras no seu entorno. A implementação de todas as medidas de segurança que reivindicamos não garantiria a inexistência de assaltos, mas, certamente, muitos poderiam ser evitados”, ressalta Jaqueline.