Gerência média do BB fortalece movimento grevista em Campo Grande

A greve dos bancários deste ano está sendo considerada a maior da história e a cada dia tem mais adesões. Em Campo Grande, trabalhadores da gerência média do Banco do Brasil também decidiram engrossar o movimento e paralisaram as atividades. Pelo menos 80% dos gerentes estão com as atividades suspensas.

Há uma semana, a adesão dos gerentes tem aumentado a cada dia e já está causando um grande impacto no resultado do banco: “Sem a gerência média, o banco para de funcionar de vez, porque são esses bancários que realizam os negócios que aumentam os lucros do banco”, comentou secretária de Administração e Patrimônio do sindicato e funcionária do Banco do Brasil, Luciana Rodrigues.

A dirigente sindical ainda lembra desde segunda-feira (19), os funcionários iniciaram um movimento agora conhecido como “Caravana da Gerência Média” – com uma série de reuniões nas diversas agências com o objetivo de chamar os colegas a lutarem pela volta das negociações. O movimento obteve um êxito muito grande com a adesão da maioria da gerência média do BB em Campo Grande que culminou no fechamento das três agências Estilo, um feito histórico.

Para um funcionário do banco, isso demostra o descontentamento dos bancários com a instituição, que está deixando de valorizar a sua mão de obra. “São esses gerentes que trabalham e lucram bilhões de reais todos os anos para o Banco do Brasil. E agora, na hora de negociar, mostram um desrespeito com esses profissionais, por isso, os gerentes decidiram parar”, comentou o funcionário. Apenas nos primeiros seis meses deste ano, o BB obteve R$ 4,824 bilhões de lucro.

Outra preocupação dos bancários do BB é quanto ao emprego, com a reestruturação do sistema financeiro, por causa da revolução digital: “Muitos bancários estão preocupados com o futuro. Neste momento com a criação das agências digitais, o momento é de incerteza”, ressaltou o funcionário. No primeiro semestre deste ano houve redução de 2.710 postos de trabalho no Banco do Brasil.

“É muito importante a organização da gerência média para mostrar ao banco que é preciso respeitar os direitos dos funcionários que contribuem para os lucros. Não vamos admitir a volta da política do abono, que nos anos 90 achatou o salário dos bancários”, comentou o secretário de Assuntos Jurídicos do sindicato e funcionário do BB, Orlando de Almeida Filho.

A proposta dos bancos é reajuste salarial de 7% mais abono de R$ 3.300 – o que foi rejeitada pela categoria. Os bancários pedem aumento de 14,74%, sendo que 5% é ganho real, além da discussão de outras questões importantes, como: saúde, emprego, segurança e melhores condições de trabalho. Já foram oito rodadas de negociação, agora o Comando Nacional dos Bancários aguarda uma convocação da Fenaban para uma nova reunião, mas os banqueiros estão demonstrando que não querem negociar.

“Estou convencido que estamos no caminho certo. Se os banqueiros não querem reconhecer o valor dos seus funcionários, vamos para a luta. Só a luta te garante!”, finalizou Orlando.

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