A geração de empregos formais em maio deste ano foi a mais baixa para o mês nos últimos 22 anos – pouco mais de 58 mil postos de trabalho, resultado de 1.849.591 admissões e 1.790.755 demissões. Os números estão no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego divulgado nesta terça-feira (24). Saldo pior do que esse foi registrado em maio de 1992, com a criação de 21,5 mil empregos.
O desempenho do mercado de trabalho em maio se deve em grande parte às demissões no setor da indústria de transformação, que teve mais de 28,5 mil postos fechados. As áreas que contribuíram para o mau desempenho do setor foram a indústria mecânica, com 6,6 mil demissões, a de material de transporte (-5,3 mil) e a de produtos alimentícios (-4,8 mil).
“A análise que fazemos é a de que tivemos um fevereiro que talvez tenha antecipado muitos do empregos para a Copa [do Mundo], na medida em que os trabalhadores precisavam de treinamento”, disse o ministro do Trabalho, Manoel Dias.
“O Brasil continua na zona de geração de emprego. O que pode acontecer é variar, como está variando. A partir da perspectiva que o Brasil está em pleno emprego, não há mais demandas como havia antes”, explicou.
A agricultura e o setor de serviços foram os setores com os melhores resultados – mais de 44 mil e 38 mil contratações, respectivamente. Na agricultura, os destaques positivos foram no cultivo de café (27 mil postos), laranja (quase 7 mil) e cana-de-açúcar (6 mil). Em serviços, os destaques positivos foram nas áreas de alojamento, alimentação e serviços médicos e odontológicos.
Em relação às unidades da federação, Pernambuco foi a que teve o pior número com cerca de 10 mil demissões. Alagoas e o Rio Grande do Sul também fecharam muitos postos de trabalho – 8,5 mil e 4 mil, respectivamente. Os melhores desempenhos foram os de Minas Gerais, com a criação de mais de 22 mil postos, seguido por São Paulo (13 mil) e pelo Rio de Janeiro (quase 9 mil).
De janeiro a maio deste ano, somam-se 545 mil postos de trabalho criados. A expectativa do governo para o ano é 1,5 milhão de novas vagas, apesar do resultado fraco de maio.
No acumulado do governo Dilma Rousseff, de janeiro de 2011 a maio de 2014, o saldo de postos de trabalho com carteira assinada foi 5 milhões. Nesse mesmo período, serviços foi o setor com o melhor resultado – mais de 2,5 milhões de empregos gerados, seguido pelo comércio (1,1 milhão). Os serviços industriais de utilidade pública e o setor de extração mineral abriram menos postos de trabalho formal – 32,9 mil e 35 mil vagas, respectivamente.