A Previdência Social prevê para este ano gastos de cerca de R$ 2,1 bilhões somente com as LER/Dort, segundo informação da Folha de S.Paulo. De acordo com o diretor do Departamento de Políticas Públicas de Saúde e Segurança Ocupacional da Previdência Social, Remígio Todeschini, o setor de serviços é o responsável por grande parte desse número.
Outros especialistas afirmaram ainda que um dos principais motivadores da doença, que aumentou 586% entre 2006 e 2008 (casos registrados em perícias do INSS), são motivados pela pressão por metas. Na mesma reportagem, o diretor de Saúde do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Walcir Previtale, disse que ainda há subnotificações, assim como a falta de fundamentação nos laudos periciais.
Prevenção
Mesmo com as ações do Sindicato, ainda falta muito para a categoria ter avanços em termos de prevenção. “O que existe é uma forte luta para combater o assédio moral, pela humanização das perícias médicas e para minimizar vários outros graves problemas que poderiam ser evitados, se as instituições financeiras se preocupassem em prevenir”, diz Walcir, se referindo à falta de condições de trabalho e ausência de preocupação com as LER/Dort nos bancos.
Campanha 2009
A saúde do bancário é um assunto discutido durante todo o ano, sem pausa, e ganha ainda mais peso durante a Campanha Nacional da categoria, que já teve seu pontapé inicial dado com a consulta respondida por mais de seis mil bancários, por meio do site do Sindicato, para começar a definir as prioridades.
No levantamento do Sindicato, 69% de quem respondeu concorda que a prioridade é discutir as metas abusivas. O assédio moral, muitas vezes conseqüência dessa pressão por metas, aparece como prioridade de 67% dos bancários que deram sua opinião.
No ano passado, o tema foi debatido na mesa de negociação sobre saúde da categoria e, pela primeira vez, o Sindicato obteve avanços sobre o combate ao assédio moral. Neste ano, a campanha Saia do Isolamento, lançada em maio, deve ganhar ainda mais força durante os próximos meses.
“Vamos levar mais informações aos bancários durante a campanha sobre o tema que adoece tanto psicologicamente quanto fisicamente, devido a pressão para cumprir metas. O trabalhador não é uma máquina, deve ser tratado como ser humano e vamos mostrar aos bancários que passam por situações constrangedoras e humilhantes que caracterizam o assédio moral, que eles devem denunciar e que não estão sozinhos”, alerta Walcir.