“Somos bancários, mas não somos corporativos. Pertencemos a uma classe, a classe trabalhadora, e vivemos numa sociedade. A fusão do Itaú com o Unibanco não pode ser benéfica apenas para as duas instituições ou para o sistema financeiro. Ela também precisa beneficiar a economia brasileira, ser boa para os clientes e não pode ser prejudicial aos bancários.”
Assim o secretário-geral da Contraf/CUT, Carlos Cordeiro, definiu a posição da entidade perante o diretor de recursos humanos e o superintendente de relações sindicais do Itaú, respectivamente Marcos Canielli e Geraldo Martins, na reunião realizada nesta terça-feira 18 durante o Encontro Nacional dos Dirigentes Sindicatos do Itaú, do Unibanco e do HSBC, que está sendo realizado em Embu das Artes, na Grande São Paulo.
“Uma fusão dessa dimensão, que cria o maior banco do hemisfério sul e um dos 20 maiores do mundo, não pode ser feita visando apenas o lucro dos banqueiros”, acrescentou Carlos Cordeiro. “Precisa garantir maior oferta de crédito à economia, precisa melhorar o atendimento à população e contribuir para diminuir os juros, o spread e as tarifas. E também garantir o emprego dos trabalhadores.”
O secretário-geral da Contraf/CUT lembrou as fusões empresariais que ocorrem na Europa, onde todos esses aspectos envolvendo seus empregados e a sociedade também são levados em consideração. Foram os casos, por exemplo, das incorporações que o Santander fez na Espanha e em outros países europeus, ao contrário do que faz no Brasil.
“Nós bancários e a sociedade brasileira não podemos permitir que essa fusão seja lucrativa apenas para os banqueiros”, concluiu Carlos Cordeiro.