Thais Folego
Valor Econômico
Fundos de previdência fechada e aberta querem que o governo flexibilize e dê prazo maior para regras editadas no ano passado, num cenário bastante diverso do atual. Fundos de pensão fechados pedem mais tempo para equacionar um déficit que alcançou R$ 12,8 bilhões no fim do primeiro trimestre, 43% superior ao de dezembro. Planos abertos querem usar derivativos para diminuir a volatilidade nas cotas dos fundos.
Com a redução da taxa básica de juros, o teto da meta de rentabilidade dos fundos de pensão foi reduzido de 6% para 4,5% no fim de 2012, ajuste que será feito de forma escalonada até 2018. Essa redução pode causar um rombo na conta de alguns planos ou agravar o problema dos que já estavam no negativo. Quando a meta é reduzida e a rentabilidade é menor, o ativo da fundação cai, enquanto o passivo permanece no mesmo patamar em respeito a contratos e planos antigos.
A Abrapp, associação dos fundos de pensão, quer criar uma comissão para propor alternativas para o equacionamento dos déficits. O assunto será decidido pela diretoria da associação em reunião marcada para 13 de agosto.
Por sua vez, gestores de planos abertos de previdência, que estão em meio a um processo de alongamento dos prazos das carteiras, querem usar derivativos para minimizar a volatilidade das cotas de seus fundos. Osvaldo Nascimento, presidente da Fenaprevi (entidade que representa os planos de previdência aberta), diz que os fundos podem usar esses instrumentos, mas o efeito é uma redução no prazo médio das carteiras, por conta da metodologia usada.
Publicada em janeiro, a Resolução 4.176 do Conselho Monetário Nacional estabelece que o prazo médio das carteiras de previdência aberta deve ser elevado para cinco anos até 2015. Com isso, os fundos começaram a comprar títulos com prazos mais longos, justamente os que mais sofrem em momentos de estresse, como em junho.