Fundos de pensão, incluindo Previ, fazem primeiros aportes no exterior

Valor Econômico
Luciana Seabra

Um ano depois de começar a debater formas de investir no exterior e quatro meses após a criação pela BB DTVM das primeiras carteiras com esse objetivo, três fundações fizeram seus primeiros aportes, ainda tímidos. Previ e Fundação Itaipu (Fibra) investiram juntas R$ 41 milhões em um fundo da BB DTVM que aloca os recursos em uma carteira da BlackRock.

Para viabilizar o investimento, a BlackRock fez um aporte de US$ 50 milhões. A regulamentação brasileira determina que as fundações acessem os mercados externos por meio de um fundo local do qual não tenham mais de 25% do patrimônio. Na falta de outros fundos de pensão dispostos a alocar, a BlackRock entrou com “seed money”.

De menor porte, a Pouprev, patrocinada pela Associação de Poupança e Empréstimo (Poupex), aportou R$ 1 milhão em outro fundo da BB DTVM, que aplica em uma carteira do J.P. Morgan. Para não ultrapassar os 25%, contou também com R$ 3 milhões de aporte da própria gestora do BB.

A BB DTVM também criou em outubro de 2013 portfólios destinados à Franklin Templeton e à Schroders, como resultado de um debate com oito fundações interessadas em investir fora. Cada um deles roda até agora com R$ 3 milhões da BB DTVM. No caso da Schroders, há ainda R$ 10 milhões alocados pela própria gestora.

A Previ fez o maior aporte na carteira da BlackRock, de R$ 30 milhões. O fundo de pensão de funcionários do Banco do Brasil aprovou em dezembro a alocação fora de até 0,2% do patrimônio, hoje R$ 336 milhões. “Temos apetite para mais investimentos, mas precisamos que outras fundações façam aportes”, diz Renê Sanda, diretor de investimentos da Previ.

A Fibra, que aportou R$ 11 milhões, pode alocar até 1% do patrimônio fora, cerca de R$ 25 milhões. O restante será investido em outro dos quatro fundos da BB DTVM, segundo Silvio Rangel, diretor-superintendente da fundação. Mais restritiva do que a legislação, a política de investimentos da Fibra limita a fatia do fundo de pensão na carteira local a 15%, para prevenir desenquadramentos.

Adicionar mais recursos ao fundo brasileiro ainda não está nos planos, segundo Armando Senra, à frente da divisão latina e ibérica da BlackRock. Ele espera que o retorno da carteira e um trabalho educacional atraiam as fundações.

Uma consulta informal feita pela Previ indicou que, juntos, os fundos de pensão têm a alocação de R$ 1,2 bilhão no exterior aprovada por suas políticas de investimento.

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