Mobilização: trabalhadores exigem respeito
Em assembleia realizada nesta quarta-feira (14), no Rio de Janeiro, os funcionários da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) rejeitaram o arremedo de acordo apresentado pela empresa e aprovaram uma paralisação de 24 horas, na próxima quarta-feira, dia 21, caso a diretoria da Finep e o governo federal insistam em desrespeitar o funcionalismo.
Foi aprovada, ainda, a realização de dois dias de luto, nesta quinta e sexta-feira (15 e 16), com os funcionários indo trabalhar de preto. O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, a Contraf-CUT e a Associação dos Funcionários da Finep (Afin) vêm negociando com a instituição desde outubro.
Mas na terça-feira (13), a diretoria da empresa decidiu encerrar as negociações, apresentando uma proposta de 9% de reajuste, inferior ao que vinha sendo negociado. Só para citar alguns exemplos, estava acordado um reajuste diferenciado para os empregados de nível médio que previa, além dos 9%, a incorporação da Gratificação Especial Temporária (GET), criada após a greve de 2009, e mais cerca de 6% de reajuste, com o piso passando para R$ 2 mil.
Também estava previsto reajuste diferenciado para o auxílio-guarda e creche. Além disso, a empresa quer impor uma PLR rebaixada e se nega a pagar o abono de fim de ano que existe há mais de 10 anos.
Desrespeito
A assembleia aprovou encaminhar uma carta ao presidente Glauco Arbix, exigindo respeito e protestando contra a maneira como tem se dirigido a alguns funcionários, chamando-os de “incompetentes e despreparados”. Os funcionários cobram, ainda, a manutenção da palavra do presidente, que se comprometera a pagar os 9% retroativos a 1º de setembro (data-base), na folha de dezembro e, agora, descumpriu o compromisso assumido.
O diretor do Sindicato, Ronald Carvalhosa, criticou a direção da Finep e o governo federal. “Ao que parece, ambos resolveram testar a capacidade de luta do funcionalismo, mas vão ter uma surpresa. A luta não é só pelo acordo coletivo, mas, também, pelo restabelecimento do respeito devido aos trabalhadores”, afirmou.
Após a assembleia, os funcionários seguiram até o 13º andar para exigir da diretoria a abertura de negociações sérias. O assessor da diretoria Rodrigo Fonseca comprometeu-se a marcar uma rodada de negociação para a próxima terça-feira (20).