Funcionários mantêm diretor de empresa refém na França

DANIELA FERNANDES
BBC BRASIL, de Paris

O diretor de uma empresa farmacêutica na França está sendo mantido como refém desde a tarde desta terça-feira (24) pelos trabalhadores da empresa, que protestam contra um plano de demissões.

Durante toda a madrugada, grupos de empregados da empresa 3M se revezaram no escritório do diretor para impedi-lo de deixar o local. Este é o segundo caso na França de responsáveis de empresas sendo mantidos como reféns pelos trabalhadores neste mês de março.

No dia 13, o presidente da Sony na França e o diretor de recursos humanos da companhia ficaram presos durante 24 horas na fábrica em Landes, no sudoeste do país, que será fechada neste mês de abril.

Eles foram libertados após aceitarem renegociar o valor das indenizações dos 311 trabalhadores que serão demitidos.

Plano de demissão

O diretor da 3M que está sendo mantido refém tinha ido à fábrica em Pithiviers, no Vale do Loire, na tarde desta terça-feira (24), para discutir com os trabalhadores o plano que prevê 110 demissões e a transferência de 40 para outra unidade da companhia.

A empresa farmacêutica alega que houve queda na demanda e que a fábrica em Pithiviers, que emprega 235 pessoas, está com excesso de capacidade de produção.

Os trabalhadores, que estão em greve desde o dia 20 de março, querem renegociar os montantes das indenizações e exigem garantias de emprego para os que continuarem na fábrica.

“Estamos decididos a ir até o fim para que nossas reivindicações sejam atendidas”, afirma Jean-François Caparros, representante do sindicato Força Operária.

A cada quatro horas, grupos de 20 empregados se revezam na sala do diretor para impedi-lo de deixar o escritório. “Todos estão muito motivados. Essa ação é a nossa única forma de pressão”, afirma o sindicalista.

As negociações com a direção, que se estenderam na madrugada, devem ser retomadas nesta manhã. O diretor da 3M, Luc Rousselet, afirmou não ter ficado surpreso com a operação que o mantém retido na fábrica. “A situação dessas pessoas é mais grave do que a minha. Eu sabia que havia um risco ao vir aqui”, disse.

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