Trabalhadores de agências e concentrações protestaram
Milhares de funcionários do Banco do Brasil lotados nos complexos Verbo Divino, São João, CSL, CSI, Vila Mariana e em diversas agências de São Paulo, Osasco e região paralisaram as atividades nesta quinta-feira, dia 7. A manifestação, deliberada em assembleia realizada em 25 de fevereiro, foi mais uma resposta dos bancários contra as alterações impostas pela direção da empresa no novo plano de funções gratificadas.
O movimento envolveu funcionários de vários locais de trabalho. Entre eles, unidades no corredor da Avenida Faria Lima, na zona oeste; e proximidades do centro de Osasco.
Em alguns locais, como no Complexo São João, na região central da cidade, o banco chamou a Polícia Militar, por volta das 5h, e lançou mão de interdito proibitório para tentar intimidar os trabalhadores.
Recado ao BB
“Os bancários deram grande demonstração de força e mandaram seu recado ao banco: não aceitam as mudanças unilaterais no plano de funções, muito menos o assédio moral que tomou conta de diversos setores da empresa”, disse a secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Raquel Kacelnikas.
Para o secretário de formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, William Mendes, “foi mais um aviso ao banco, a exemplo dos protestos em todo país e das denúncias feitas nesta semana em Brasília, buscando alterações no plano de funções”.
William ressalta a importância de intensificar a mobilização, de acordo com o calendário definido pelo Comando Nacional dos Bancários. “Vamos seguir firmes na luta para abrir negociações com o banco, a fim de que banco respeite as entidades sindicais e os direitos dos funcionários”, destaca.
De acordo com Raquel, as manifestações irão prosseguir e já está marcado Dia Nacional de Luta para o próximo dia 20. “Esse protesto integra o calendário de mobilização indicado pelo Comando Nacional dos Bancários e que também foi aprovado pelos trabalhadores em assembleia. Dessa forma, é importante que já comecemos a organização nos locais de trabalho para fazermos forte mobilização conjunta”, destaca.
Denúncias em Brasília
Na terça e quarta-feira, dias 5 e 6, dirigentes da Contraf-CUT, federações e sindicatos denunciaram a parlamentares e ao governo federal os prejuízos que as medidas adotadas pela direção da instituição financeira trazem para os funcionários e para o próprio Banco do Brasil, que futuramente terá de lidar com passivo trabalhista.
Clique aqui para ler o material entregue ao deputados e ao governo.
Houve reunião com o Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais (Dest), no Ministério do Planejamento, e uma audiência com a Secretaria-Geral da Presidência da República.
O presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, destacou que as entidades sindicais estão promovendo uma campanha pela valorização do funcionalismo do BB. “O banco tem adotado uma série de políticas arbitrárias, sem qualquer negociação com o movimento sindical, como ocorreu na implantação do plano de funções. Queremos abrir um processo de negociações, a fim de apontar os problemas existentes e buscar reverter os entraves”, disse.