Bancários criticam mudanças unilaterais e ameaças de descomissionamento
Os funcionários do Banco do Brasil estiveram reunidos na terça-feira (29), no auditório do Sindicato dos Bancários da Paraíba, em João Pessoa, para discutir sobre as estratégias a tomar, ante à implantação do novo Plano de Funções Comissionadas (PFC), de forma unilateral, sem debater o modelo com os bancários e suas entidades representativas. Além de não dar um prazo adequado à análise dos efeitos da mudança, o banco ameaça descomissionar aqueles que não formalizarem a adesão.
Atendendo ao chamamento do Sindicato, cerca de 80 funcionários do BB analisaram o arremedo de plano imposto pelo banco público. As discussões evidenciaram que, além de o novo Plano de Funções Comissionadas trazer prejuízos financeiros para os bancários, inclusive prejuízo maior para os mais antigos, prevê ainda a ameaça de descomissionamento para aqueles que não aderirem no prazo estabelecido.
Para Jurandi Pereira, diretor do Sindicato e funcionário do BB, o que a direção do banco está impondo ao funcionalismo da instituição financeira pública é um absurdo. “Primeiro, o BB sequer quis ouvir os funcionários e agora quer empurrar um modelo de plano que só traz prejuízos aos bancários”, desabafou.
Na reunião, ficou decidido que o Sindicato entre com uma ação na Justiça, exigindo do BB mais tempo para que os bancários possam analisar melhor os efeitos da mudança. Também foi recomendado ao funcionalismo do BB que espere pelo menos até sexta-feira (1º) para assinar o termo de adesão. A diretoria do Sindicato ficou responsável por acompanhar as discussões sobre a mudança e chamar outra reunião, caso necessária.
Segundo Francisco de Assis, o “Chicão”, diretor do Sindicato e funcionário do BB, essa mudança não pode ser chamada de Plano de Funções. “Na verdade, essa nomenclatura é apenas um artifício inócuo utilizado pela direção do banco contra o direito de 7ª e 8ª horas, que a Justiça tem configurado como direito líquido e certo do funcionalismo em todas as sentenças”, arrematou.
Chicão também chama a atenção para a manutenção do nível de contribuição para a Previ. “Os funcionários pós-97 que aderirem a esse arremedo de Plano (6h) terão que pagar uma contribuição ainda maior para assegurar o benefício previsto anteriormente”, arrematou.
No encerramento da reunião, o presidente do Sindicato, Marcos Henriques, solicitou aos presentes que não se deixassem levar pelos caprichos do banco. “A direção do BB já implantou o PFC ao seu bel prazer, sem ouvir ninguém. Então, os bancários devem agir com serenidade e aguardar as orientações do Sindicato, de acordo com as medidas tomadas paga garantir os direitos do funcionalismo”, concluiu.