Sindicato do Rio se reuniu com representantes da Contadoria do BB
O Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro realiza nesta quarta-feira, dia 26, às 19h, no auditório da entidade (Avenida Presidente Vargas, 502/21° andar), uma plenária com os funcionários das áreas-meio e da Superintendência Comercial do Banco do Brasil. O objetivo do encontro é organizar a mobilização de resistência dos bancários diante da decisão unilateral do banco de esvaziar esses setores da empresa no Rio de Janeiro.
A ideia do banco é transferi-los para São Paulo e Brasília. A política de centralização e transferência de setores, esvaziando a empresa no Rio de Janeiro, causou um grande temor nos bancários. Muitos estão com suas comissões ameaçadas. Outros temem uma possível mudança de região. Há funcionários que trabalham há mais de 20 anos no setor e temem uma transferência após ter estruturado toda a sua vida e de sua família no Rio de Janeiro.
Os sindicalistas repudiam a decisão unilateral da empresa, que sequer negociou com a categoria o processo de reestruturação. “Somos contra a política de esvaziamento das áreas-meio no Rio. A prioridade deve ser a de garantir que esses funcionários não sejam prejudicados com esta decisão do banco. Não aceitamos qualquer prejuízo para os trabalhadores, sejam financeiros ou de ter que mudar de região contra a vontade dos bancários”, disse o diretor do Sindicato Carlos Souza.
Ele acusa a direção do BB de supervalorizar o setor de varejo e desprezar as chamadas áreas-meio (suporte operacional, como contabilidade, logística, informação, recursos humanos, entre outros).
Processo de transição
Na Gerência de Controle Interno (Gecoi), o Sindicato conseguiu, através de negociação, minimizar o problema, garantindo aos funcionários uma comissão igual ou superior a que possuíam. Já no caso da Contadoria Geral (Coger), a negociação se arrasta desde o ano passado. A direção do BB quer transferir todo o setor, em um prazo máximo de um ano, para Brasília. A decisão da empresa preocupa os 41 empregados que trabalham no local (confira no site do Sindicato as principais reivindicações dos funcionários deste setor).
Em reunião com o Sindicato no ano passado, o contador do BB, Eduardo Cesar Pasa (Duda), e o negociador da empresa, José Roberto de Amaral, apresentaram aos sindicalistas como será feito o processo de transferência dos setores até o final deste ano.
Os representantes da empresa prometeram ainda que “seria feito um esforço” para que ninguém fosse prejudicado e apresentaram três opções para o funcionalismo: 15 funcionários poderão ir, caso aceitem, para a Diretoria Internacional de Comércio Exterior (Dirin), no Rio. “O problema é que, nesta opção, não ficou claro como ficariam as comissões desses bancários transferidos. Outras 26 vagas seriam para Brasília, sendo garantida, neste caso, a mesma comissão que os trabalhadores recebem atualmente. “O que preocupa os bancários, neste caso, é que os atuais salários são incompatíveis com o alto custo de vida da capital federal”, alerta o diretor do Sindicato Murilo da Silva.
Os demais seriam priorizados na disputa por outras vagas através de processo seletivo do banco no Rio. O Sindicato vai acompanhar casa a caso todo o processo de transição.
Superintendência comercial
Outra área atingida pelo esvaziamento do Rio de Janeiro promovido pela reestruturação do Banco do Brasil é a comercial, que atende grandes empresas. O BB quer transferir para São Paulo dois segmentos Corporate, que atendem empresas com maior lucratividade, segmentando e fragmentando ainda mais o setor.
No Rio, ficaria apenas uma segmentação empresarial, para atender firmas de menor lucratividade. Os empregados destes setores também não sabem como ficarão suas comissões a partir das mudanças feitas pelo banco.
“É um absurdo o cenário de terror criado pela direção do BB também na Superintendência Comercial do Rio. A falta de informação e a incerteza criada, em função de mais esta segmentação, têm afligido demais os trabalhadores. Convocamos os funcionários de todos os setores atingidos para participarem da plenária do dia 26 para organizarmos uma forte resistência contra as mudanças arbitrárias promovidas pelo banco. Somente com mobilização poderemos impedir maiores prejuízos para o funcionalismo”, destaca Carlos Souza.