Funcionários de Porto Alegre combatem violência institucional do BB

Bancários cobraram respeito à convenção coletiva

O desrespeito e a pressão do BB sobre os que lutaram por seus direitos durante a vitoriosa greve na Campanha Nacional 2012 levaram funcionários a fechar uma agência na manhã desta quarta-feira, 28, no Centro de Porto Alegre.
A agência Uruguai foi alvo da manifestação do Dia Nacional de Luta contra as práticas antissindicais e as campanhas pós-greve no Banco do Brasil. Os manifestantes exigem que o BB respeite os termos do acordo firmado nacionalmente com a categoria.

Mas o Banco do Brasil cumpre uma agenda nacional de assédio moral. De forma dissimulada, tem pressionado e constrangido funcionários que lutaram por seus direitos na greve. A estratégia de assédio moral virou uma ferramenta de gestão. A direção do BB mandou que as superintendências regionais repassassem aos gerentes de agências uma planilha de registro e acompanhamento das horas compensadas.

Os trabalhadores são obrigados e preencher diariamente o documento. Ao fim de uma semana, o gerente avalia se as horas paradas foram cumpridas. Dependendo do número de horas, ameaça de descomissionamento e até de demissão.

“As pessoas estão indignadas dentro das agências porque a greve é um direito constitucional. Não é preciso compensar nenhuma hora. A Sureg aqui no Rio Grande do Sul exige que os administradores entregassem essas planilhas diariamente. Na verdade, estamos diante de um caso de assédio moral. O banco criou, de forma dissimulada, outra meta a ser cumprida”, disse a diretora do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Karen D’Ávila.

A planilha expedida pela Superintendência gaúcha tem sido usada como um instrumento de pressão, mas não está descolada das últimas decisões do BB. Este ano, o banco expediu a IN 361, que libera a demissão sem justa causa da avaliação por inquérito administrativo.

Trata-se de um caso de violência institucional. Prática que o Banco do Brasil tem utilizado para constranger os empregados, os responsáveis por produzir os lucros do banco.

Para o diretor do Sindicato, Flavio Pastoriz, muitas decisões da diretoria do BB se confundem com truques. Ele cita os Comitês de Ética, que até agora nada encaminharam ou resolveram. A mesma situação ocorre com o plano odontológico que, depois de anos de negociação com o banco, tem seus serviços e são mal remunerados, impossibilitando o atendimento.

“Já o programa “Bom pra todos” anuncia juros baixos, mas quando o cliente vai ao banco querendo crédito para seus negócios, descobre que para acessar tal serviço terá que pagar cerca de R$ 500 por ano de tarifas. Mais um truque!”

“Por fim, após a campanha salarial, a direção do banco abriu o ‘saco de maldades’ e não cumpre os acordos assinados entre a Fenaban e a Contraf-CUT, assediando seus funcionários para o pagamento das horas de greve, não respeitando cláusulas do acordo em relação às horas de greve, fragilizando ainda mais as relações entre a direção e seus funcionários”, completa o dirigente, que é também funcionário do BB.

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