A paralisação do funcionalismo da Finep (Financiadora de Estudos e Pesquisas) desta quarta-feira (21), no Rio de Janeiro, mostrou a força e a disposição de luta dos trabalhadores nesta campanha salarial. A adesão foi de mais de 70% e deixou claro a indignação dos trabalhadores contra a forma desrespeitosa com que a diretoria da Finep vem se comportando na mesa de negociação, chegando a acordo em relação a vários itens e, depois, recuando do compromisso assumido.
Em assembleia realizada no mesmo dia, os funcionários decidiram manter-se em estado de greve, podendo, a qualquer momento, paralisar suas atividades novamente, caso a diretoria da empresa não apresente uma proposta séria na mesa de negociação.
A assembleia decidiu manter os cinco principais eixos, como isonomia de direitos para todos os empregados, valorização dos funcionários de nível médio, incorporação das gratificações dos funcionários do PCS e do PCR do nível médio, PLR e plano de saúde.
Negociação e assembléia
Nova negociação ocorre nesta quinta-feira (22). Na próxima quarta-feira (28), às 15 horas, no Espaço Cultural da Finep, os funcionários fazem nova assembleia, que definirá o que fazer, com base no resultado da negociação.
Na avaliação do Sindicato e da Associação de Funcionários (Afin) não há motivo para recuar do que fora acordado até o dia 13. Afinal, o lucro da empresa superará em R$ 10 milhões o do ano passado (que foi de R$ 82 milhões).
A diretoria da Finep havia proposto reajuste de 9%, mais incorporação da Gratificação Especial Temporária (GET) para o pessoal de nível médio, e mais cerca de 6% de reajuste, com o piso passando para R$ 2 mil. A empresa está querendo impor uma PLR rebaixada e se nega a pagar o abono de fim de ano que existe há mais de uma década.