Protesto em frente ao prédio da Finep, na Praia do Flamengo
Os empregados da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) fizeram uma grande manifestação nesta quarta-feira (11), pela manhã, no Rio de Janeiro. O protesto foi contra a intenção da diretoria da instituição de transferir a sede, situada em um prédio de 12 andares na Praia do Flamengo, área nobre da cidade, para a Rua dos Inválidos, degradada, marcada pela violência urbana e enchentes. Os trabalhadores deram um abraço ao prédio onde a Finep funciona há mais de 20 anos.
O diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, Ronald Carvalhosa, lembra que esta não é uma luta apenas contra a mudança de endereço, mas também um repúdio à escalada do autoritarismo da diretoria da empresa e o desperdício do dinheiro público. Ele lembrou que, do prédio-sede, sete andares são próprios e cinco alugados, ao custo de R$ 5 milhões. Caso passasse para a Rua dos Inválidos teria que ser espremido em seis andares alugados por R$ 20 milhões ao ano.
“Ou seja, é um negócio nebuloso, para o qual não há qualquer explicação razoável. Há algo de muito estranho nisto tudo. Tanto é que a direção da empresa foi intimada pelo Ministério Público Federal a prestar esclarecimentos”, afirmou.
Mobilização barra a venda
A luta dos empregados e a denúncia a autoridades conseguiram impedir a venda dos sete andares, transação inicialmente pensada para ser colocada em prática pelo presidente da Finep, Glauco Arbix.
“O funcionalismo conseguiu abortar este que seria mais um imenso prejuízo ao patrimônio público. E, através de mais mobilização, investigação do MPF e articulação com outros setores da sociedade e parlamentares, vamos impedir também a mudança injustificada”, acrescentou o sindicalista.
Para Ronald, além de barrar a mudança da Finep, será preciso colocar tudo em pratos limpos. “Vamos querer saber o que se esconde por trás desta transação”, argumentou.