(Caraúbas) Vinte e cinco funcionários da Caixa Econômica Federal passaram o final de semana em Caraúbas, no norte do Piauí, realizando um mutirão de ações sociais voluntárias. Eles se inscreveram e foram sorteados para participar do projeto Movimento Solidário da Federação Nacional das Associações da Caixa Econômica Federal (Fenaes).
As atividades no município com pouco mais de 5 mil habitantes concentraram-se no sábado, quando foram distribuídos produtos de higiene bucal, enxadas, foices, filtros de água, brinquedos para as escolas e realizadas oficinas. Os moradores puderam ainda tirar documentos como identidade e CPF. Cerca de 4 mil pessoas participaram das oficinas e ações.
A capixaba Tânia Daher estava entre os funcionários da Caixa inscritos na mobilização. Apesar da longa espera no aeroporto de Vitória (ES), causada pelos atuais atrasos dos vôos, e de enfrentar o calor de Caraúbas, ela acredita que o esforço foi recompensado. “Estou muito feliz e muito agradecida por que acho que estou ganhando um presente de Natal participando com essas pessoas aqui.”
A mobilização em torno do município começou no início de 2006, quando a Fenaes adotou Caraúbas para impulsioná-la a atingir até 2015 as metas do milênio propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU). O presidente da Fenaes, José Carlos Alonso, afirma que o desafio é grande, mas será perseguido.
“Não vamos ter soluções mágicas, mas vamos construir em conjunto as alternativas para busca de renda, para melhorar a qualidade da educação, saúde e as condições de saneamento”, diz Alonso.
Outro funcionário da Caixa, José de Ribamar veio do Amapá e participou da oficina de leitura. O dados que revelam a dimensão do problema social vivido na cidade incentivaram Ribamar a inscrever-se no projeto.
“Quando vemos no mundo inteiro 1,2 bilhão de pessoas pobres e o Brasil contribuindo com 53 milhões de pobres, isso é fichinha para nós. Cada um deveria fazer o que estamos fazendo e despertar nesse povo que eles podem ser sujeitos de sua própria história.”
A situação dos moradores de Caraúbas também mobilizou Karina Almeida, que saiu de ônibus de Campos para a capital do Rio de Janeiro, embarcou em um vôo que fez escala em Brasília e só partiu para Teresina após atraso de quase cinco horas. Ao chegar na capital do Piauí, enfrentou mais cinco horas de viagem para dormir na cidade vizinha a Caraúbas.
Ao ver a realidade local, Karina Almeida chegou à conclusão de que a atividade realizada foi apenas uma semente plantada que ainda deverá resultar em muitos frutos. “Com certeza não é uma atividade ação que vai terminar aqui. É um projeto que vai continuar dando a eles uma condição de trabalho, educação e saúde. É pra vida toda, não é só uma ação isolada.”
Fonte: Yara Aquino – Agência Brasil