França e Alemanha propõem reformas financeiras na zona do euro

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, concordaram nesta segunda-feira, dia 14, em propor conjuntamente uma série de medidas de regulação do sistema financeiro aos membros da zona do euro para fortalecer a moeda comum e evitar que crises como as que atualmente atingem Grécia e Espanha venham a se repetir futuramente.

Em uma coletiva após um encontro em Berlim, Merkel afirmou que os países do bloco precisam de um “governo econômico” comum e que modificações no tratado da União Europeia são necessárias para evitar crises.

“Nós entendemos os sinais. Nós precisamos não apenas consolidar os orçamentos, mas também, dentro da União Europeia, de um estímulo para melhorar nossas estruturas (…). Para isso, nós precisamos de um governo econômico dos 27 membros (do bloco)”, disse.

O encontro entre os líderes das duas maiores economias da União Europeia deveria ter ocorrido na semana passada, e o fato de ter sido adiado foi interpretado por analistas como um sinal da deterioração das relações entre os dois países.

Sarkozy e Merkel, no entanto, procuraram demonstrar união em declarações nesta segunda-feira, com o presidente francês afirmando que os dois países “falam agora a uma só voz”.

Durante a entrevista, a chanceler alemã indicou que os dois países buscarão mudanças no tratado da União Europeia.

“Nós também concordamos que precisamos considerar mudanças no tratado e a Alemanha e a França devem propor (isto) em breve”, disse.

“Um dos pontos pode envolver a retirada de direito a voto de ‘pecadores’ notórios na zona do euro, o que nos parece importante, porque precisamos de tratados com ‘dentes’ para fazer a cultura do crescimento e da estabilidade funcionar”, afirmou a chanceler alemã.

Merkel ainda afirmou que Alemanha e França irão propor taxas globais para o sistema bancário durante o encontro do G20 (grupo que reúne as 20 maiores economia do mundo) que acontece em Toronto, Canadá, no final deste mês.

“Nós não estamos satisfeitos com a atual situação das negociações sobre taxação de bancos. Eu penso que o G20 deve alcançar um ponto em comum pelo qual os países possam agir de maneira diferente, mas em que haja um acordo básico de que a taxação de bancos, que é um meio para evitar que, no futuro, contribuintes tenham que pagar novamente pela crise bancária”, disse.

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