Projeto-piloto no Ceará se soma aos fóruns de São Paulo e Curitiba
Foi instalado na última sexta-feira (6), em Fortaleza, o Fórum Regional de Condições de Trabalho na Caixa Econômica Federal. A implantação dessa comissão, em caráter piloto e no âmbito da Gerência de Gestão de Pessoas (Gipes), já ocorreu em São Paulo e Curitiba e também está prevista para Brasília, Rio de Janeiro e Campinas (SP).
O objetivo dos trabalhos é buscar medidas para prevenir e combater problemas relativos ao cumprimento da jornada de trabalho, assédio moral, cobrança por metas abusivas e falta de estrutura das unidades.
Fabiana Matheus, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco, esclarece que a criação desses fóruns regionais, integrados por representantes dos trabalhadores e do banco, foi um desdobramento das discussões realizadas no ano passado pelo Fórum Nacional de Condições de Trabalho, uma conquista da Campanha Nacional 2014 e das negociações permanentes. “Nossa expectativa é de que a Caixa debata o tema de forma mais transparente e cumpra o que foi firmado”, destaca.
A capital cearense é a terceira das seis cidades a realizar a instalação do piloto. A primeira foi São Paulo, em 29 de janeiro, e a segunda coube a Curitiba, em 2 de fevereiro. Faltam, agora, apenas Brasília, Rio de Janeiro e Campinas criarem as suas comissões.
No Ceará, segundo Marcos Aurélio Saraiva Holanda (Marcão), diretor da Contraf-CUT e membro titular do Conselho Fiscal da Fenae, “as reuniões serão convocadas por demandas e, dependendo do tema, ao invés de procurar as instâncias superiores, os conflitos devem ser resolvidos no próprio local de trabalho, com a participação do Sindicato dos Bancários, juntamente com os responsáveis pelas áreas envolvidas”.
Marcão lembra que a representação nacional dos empregados reivindica um plano de emergência e mais transparência nas soluções para as demandas sobre condições de trabalho. “Cobramos um plano emergencial para os casos em que, por algum motivo, não há condições mínimas para abrir as agências”, diz.
No âmbito da Caixa, houve uma piora considerável das condições de trabalho. “O número de agências do banco cresceu muito mais que o de empregados, e as unidades têm carência de pessoal, o que resulta em sobrecarga. Além disso, enquanto o quantitativo de agências aumentou mais de 30%, as áreas de suporte como retaguarda, logística e segurança cresceram apenas 7%”, afirma Jair Pedro Ferreira, presidente da Fenae.
Ele observa que esse fórum pode, portanto, ser uma instância para buscar adequação das unidades e o fim de grande parte do sofrimento dos trabalhadores.