O jornal Folha de S. Paulo publicou na edição desta quinta (27) uma versão reduzida da carta do presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região, Jeferson Boava, onde comenta a matéria divulgada na edição do último dia 13, intitulada “Itaú, Bradesco e Santander abrem agência ‘sem caixa e sem dinheiro'”.
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Para o Sindicato, como destaca o presidente Jeferson Boava, os bancos desrespeitam legislação federal que trata sobre segurança e serviço de vigilância. Veja a seguir a íntegra da carta ao Painel do Leitor do jornal Folha de S. Paulo.
Insegurança em agências de negócios
Na matéria publicada na edição do dia 13 de novembro último do jornal Folha de S. Paulo (caderno Mercado, página B8) intitulada “Itaú, Bradesco e Santander abrem agência ‘sem caixa e sem dinheiro'” e assinada por Toni Sciarretta, consta a seguinte ponderação: “Como não têm dinheiro, não precisam de cofre, abastecimento por carro-forte (só para os terminais eletrônicos), porta giratória nem segurança”.
A história não é bem assim. Nas chamadas agências de “negócios”, vendidas como “um novo modelo de atendimento”, como informa a matéria, o desrespeito à legislação federal é flagrante. É verdade que não existe manipulação de dinheiro em espécie por parte do bancário caixa, até porque os bancos eliminaram essa função. Porém, existe dinheiro nos caixas eletrônicos.
Em outros termos, como circula dinheiro, mesmo sendo nas mãos dos clientes ao sacar no caixa eletrônico instalado na agência de negócios, a lei federal nº 7.102/1983, que trata da segurança em estabelecimentos financeiros e do serviço de vigilância, não é cumprida, respeitada. Instale-se a insegurança nas chamadas ‘agências de negócios’, em decorrência da falta do serviço prestado pelo trabalhador vigilante. E mais: em várias cidades, existe legislação municipal obrigando os bancos a instalarem portas giratórias com dispositivo detector de metais. É o caso de Campinas, por exemplo.
O Sindicato dos Bancários de Campinas e Região, desde o anúncio feito pelos bancos, tem combatido esse ‘novo modelo de atendimento’. E a primeira vitória aconteceu no dia 21 de agosto deste ano, quando a juíza Roberta Confetti Gatsios Amstalden, da 4ª Vara do Trabalho de Campinas, condenou o Banco Itaú a instalar portas giratórias e manter o serviço de vigilantes em duas agências instaladas em Campinas (Botafogo e Fórum) e uma em Itapira (agência Bernardino de Campos).
Além de julgar procedente a ação ingressada pelo Sindicato, a juíza da 4ª Vara do Trabalho de Campinas proibiu o Banco Itaú de expor seus funcionários em “agências, postos de atendimento ou quaisquer outros estabelecimentos sem porta giratória com detector de metais e também sem a presença de vigilante armado”. Essa decisão, cabe destacar, vale para toda a base do Sindicato, que envolve Campinas e 36 cidades.
Com as chamadas ‘agências de negócios’ apenas os bancos ganham ao eliminar a segurança e postos de trabalho. Clientes e funcionários ficam apenas com o ônus.
Campinas, 25 de novembro de 2014
A Diretoria
Jeferson Rubens Boava
Presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas e Região