FOLHA DE SÃO PAULO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Banco do Brasil anunciou ontem que desistiu de comprar o Banestes (Banco do Estado do Espírito Santo), encerrando um período de pouco mais de quatro meses de negociações. Em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) no início da noite, os bancos se limitaram a informar que a decisão foi tomada “em comum acordo” entre o BB e o governo do Estado.
O texto afirma ainda que “a despeito da referida suspensão, a disposição de fortalecer a parceria que tem marcado o relacionamento do Banco do Brasil com o Estado do Espírito Santo” está mantida.
Desde que perdeu o posto de maior banco do país para o Itaú Unibanco, o BB tenta expandir suas operações por meio de aquisições, especialmente de bancos estaduais. No ano passado, fechou a compra da Nossa Caixa por R$ 5,38 bilhões – valor pago somente ao governo de SP e que não considera o pagamento feito a acionistas minoritários do banco.
Neste ano, o BB também comprou 49% do capital do banco Votorantim por R$ 4,2 bilhões. Além do Banestes, o banco também está negociando a compra do BRB (Banco de Brasília), mas o governo do Distrito Federal tem se mostrado insatisfeito com as propostas.
Segundo levantamento de março do Banco Central, o BB possui ativos avaliados em R$ 577,2 bilhões, ante R$ 605,2 bilhões do Itaú Unibanco. O Banestes ocupa a 26ª posição entre os maiores bancos do país, com ativos de R$ 8,4 bilhões. O BRB, 33º, possui ativos no valor de R$ 5,8 bilhões.
Com o fim da negociação, restam menos opções de aquisição ao BB para retomar a liderança do setor. Com isso, o banco deve enfatizar o crescimento orgânico, por conta própria, principalmente por meio de maior concessão de crédito.