A Contraf-CUT e demais entidades sindicais realizaram nesta segunda-feira, 25, nova rodada de negociação da campanha salarial dos financiários, com data-base em 1º de junho. A Fenacrefi, entidade patronal do setor, apresentou proposta semelhante à conquistada pelos bancários em sua campanha nacional: reajuste de 16,33% nos pisos dos financiários e aumento salarial de 7,5% para os trabalhadores que ganham até R$ 4.600 – acima desse valor, fica assegurada a incorporação de um valor fixo ao salário ou a inflação do período de 5,31%.
Para a PLR, a proposta prevê a manutenção da regra atual com correção de 7,5% nos valores – 90% do salário mais verba fixa de R$ 1.397,50, com adiantamento de 50% da parcela fixa assim que for assinado o acordo. Além disso, os trabalhadores conquistaram a garantia de pagamento proporcional aos demitidos a partir do dia 2 de maio, inclusive. As empresas concordaram ainda em iniciar em março de 2011 uma negociação específica sobre novos parâmetros de distribuição de PLR para os financiários.
A proposta contempla ainda a igualdade na utilização do plano de saúde para casais homoafetivos, instrumento de combate ao assédio moral e o compromisso de implementar as negociações na mesa paritária sobre igualdade de oportunidades, prevista na convenção coletiva, mas nunca efetivada.
As entidades sindicais avaliaram que a proposta traz grandes avanços para os financiários, da mesma forma que os pontos conquistados pelos bancários em sua campanha. “Se considerarmos as dificuldades de organização dos financiários, diante da pulvenização da categoria, as grandes diferenças no porte das empresas e o volume de terceirizações de serviços, podemos avaliar como uma grande proposta a que foi arrancada na mesa de negociação, sem realização de greve”, afirma Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT.
A orientação da Contraf-CUT é que a proposta apresentada deve ser submetida com indicação de aprovação às assembleias que deverão ser realizadas pelos sindicatos até o dia 3 de novembro.
O acordo a ser assinado se aplica as financiários dos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo Ceará e Paraná e Espírito Santo, mas deverá ser estendido também aos trabalhadores das empresas de atuação nacional, como Aymoré, BV Financeira e outras.
As orientações jurídicas para a realização das assembleias serão disponibilizadas nesta terça-feira, dia 26, pela Contraf-CUT, bem como a íntegra da proposta apresentada pelas financeiras.
“Neste ano, conquistamos o maior índice de ganho real tanto nos pisos como nas demais verbas, a partir da luta unitária dos trabalhadores dos bancos e financeiras”, salienta Miguel Pereira. “Precisamos continuar avançando na organização efetiva do ramo financeiro, envolvendo todos os que geram os fabulosos lucros das holdings financeiras. Está demonstrado que, quanto maior a nossa organização e luta unitária, maiores são as conquistas para todos”, completa o dirigente da Contraf-CUT.