Financiamento do comércio com a China é novo alvo do HSBC no Brasil

Reuters
Aluísio Alves

Após um ano na retranca devido aos efeitos da crise global, o HSBC no Brasil refez sua estratégia para o crédito, vendo no crescente fluxo de comércio do país com a China o carro-chefe de uma expansão estimada de 20% dos financiamentos em 2010.

“Vamos retomar o market share que perdemos para os bancos estatais durante a crise”, disse à Reuters nesta quinta-feira o presidente-executivo do HSBC no país, Conrado Engel.

Segundo ele, robustecer a atividade de financiamento ao comércio exterior com o mercado chinês, valendo-se da experiência do HSBC naquela região, foi o principal alvo da injeção de R$ 1 bilhão feita pela matriz na filial brasileira na virada do ano.

“Nossa capacidade de ajudar empresas brasileiras que têm negócios com a China é inigualável”, afirmou, sublinhando que o esforço deve incluir também os repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Em 2009, os chineses tornaram-se o principal parceiro comercial do Brasil, com a soma de importações e exportações entre ambos atingindo US$ 36,1 bilhões, superando os US$ 35,9 bilhões das transações com os Estados Unidos.

No cargo desde junho, egresso de Hong Kong onde comandou por dois anos as operações de varejo do banco na Ásia, Engel destacou para lá no mês passado dois executivos brasileiros do HSBC para tocar as transações sino-brasileiras de comércio de investimentos.

Um deles, Henrique Viana, foi para Xangai com a missão de transportar para dentro do banco um naco maior do comércio ex- terior entre empresas dos países.

O outro, Fabio Caputo, chegou a Hong Kong para buscar recursos asiáticos para o Brasil, especialmente de investidores chineses e indianos.

Na área de gestão de recursos, já há planos de novos fundos de investimento exclusivos de ativos brasileiros no varejo asiático. O primeiro da família deve ser lançado já em abril.

Atualmente, o HSBC é vice-líder em fundos offshore do Brasil, administrando US$ 8,3 bilhões em quatro carteiras lançadas todas no Japão.

Já no varejo doméstico, ao mesmo tempo em que esvazia esforços na captação de novos clientes em crédito consignado, o HSBC elegeu o crédito imobiliário como seu principal alvo, no qual espera um aumento de 50% da carteira este ano.

O executivo apontou o Brasil como uma peça-chave nos planos globais do HSBC de elevar de 40% para 60% a fatia de mercados emergentes nos resultados totais nos próximos três anos.

Mas Engel descartou a hipótese de que aqui esse objetivo inclua aquisições, com vistas a elevar sua posição no ranking.

Hoje, o HSBC é o sexto entre os grandes bancos comerciais, atrás de Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander Brasil.

“Nossa estratégia é o crescimento orgânico em todas as áreas”, frisou.

Neste ano, o banco deve abrir ou ampliar 130 agências no país, especialmente nas capitais do Sudeste. Atualmente, o banco possui quase 900 agências no Brasil, segundo informações em seu site. De acordo com Engel, a área de banco de investimento, líder da América Latina em emissão de bônus, também está sendo reforçada.

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