Fevereiro termina recheado de negociações

(São Paulo) Os últimos dez dias deste mês de fevereiro reservam importantes negociações com quatro bancos. A Contraf-CUT reúne-se com o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, HSBC e BNB para discutir com as empresas as reivindicações especificas do funcionalismo.

“Temos conquistado avanços importantes para a categoria bancária desde que instituímos com cada banco uma mesa de negociações permanentes. Ela permite que os trabalhadores negociem suas questões específicas fora do período da campanha salarial. Graças a esse canal, arrancamos inúmeras reivindicações que demorariam muito mais para conquistá-las se negociássemos só durante a campanha. Uma dessas conquistas é o auxílio-educação, que conseguimos em todos os grandes bancos, com exceção do Bradesco”, afirma Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT.

Banco do Brasil
A Contraf-CUT e o Banco do Brasil reúnem-se nesta quinta-feira, dia 21, para dar continuidade às negociações da mesa permanente. O encontro está marcado para 15h, na sede da empresa em Brasília. Em pauta, questões relacionadas à Previ, condições de trabalho, lateralidade, reestruturações e sobre o Besc.

De acordo com o secretário de Imprensa da Contraf-CUT, William Mendes, que é funcionário do BB, os bancários também aguardam a publicação do balanço do Banco do Brasil para que os valores da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) sejam definidos e o benefício pago.

“O balanço será divulgado nos próximos dias e pela primeira vez os bancários vão receber uma PLR anualizada. Graças à pressão do funcionalismo e das entidades sindicais ligadas à Contraf-CUT, hoje temos a melhor PLR do sistema financeiro nacional”, comenta William.

Segundo o dirigente, a PLR do BB é uma grande conquista dos bancários da empresa, que até 2002 sequer tinham um modelo de Participação nos Lucros e recebiam um valor baixo e com regra provisória. “Agora temos a PLR que a categoria sempre lutou. É o modelo mais justo, pois além da regra básica, distribui 4% do lucro líquido do BB de forma linear para todos os funcionários. Além disso, temos uma parcela fixa e mais um percentual do salário, isso tudo garantido sem qualquer vinculação a metas, as conhecidas ATBs”, ressalta.

William lembra que até o ano passado a Contraf-CUT tinha que negociar a PLR em todos os semestres com o BB. Agora que ela foi anualizada, os valores e regras já estão garantidos desde a Campanha Nacional de 2007, concluída em outubro.

HSBC
O banco HSBC confirmou neste início de semana a próxima rodada de negociações. Está marcada para esta sexta-feira, às 14h, na sede da Contraf-CUT, em São Paulo.

Na pauta dos bancários estão temas, como a RMO, o Plano Odontológico, PPR/PLR, auxílio-educação e avaliação de desempenho. A pauta foi definida durante reunião via Chat, realizada no último dia 11 com dirigentes sindicais do HSBC do país inteiro.

Um dia antes da negociação, na quinta-feira, os membros efetivos da Comissão de Organização dos Empregados (COE) reúnem-se na sede da Contraf-CUT. O objetivo é acertar os últimos preparativos para a negociação. O encontro será das 9h30 às 17h30.

Caixa
Os bancários da Caixa Econômica Federal negociam com o banco no próximo dia 29 de fevereiro, a partir das 9h, em Brasília. A Contraf-CUT e a direção da empresa voltam a discutir o novo Plano de Cargos e Salários (PCS). Na ocasião, os representantes nacionais dos empregados também vão exigir a imediata suspensão do desconto de quatro dias dos empregados que fizeram greve em 10 de outubro de 2007, uma retaliação classificada pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) como atitude arbitrária e covarde contra a organização dos trabalhadores.

O desconto de quatro dias de trabalho foi anunciado pela prévia dos contracheques recebidos pelos empregados na semana passada. Basicamente, a punição atinge os empregados de Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG) e Salvador (BA), que no ano passado continuaram em greve por mais um dia em relação aos empregados de outras bases sindicais. Em virtude disso, a retaliação da empresa foi descontar o dia 10 de outubro, deixando de pagar ainda o sábado e o domingo (descanso remunerado) e o dia 12 de outubro, feriado de Nossa Senhora Aparecida. O desconto chega a 13,33% dos salários dos empregados que exerciam o legítimo direito de greve, previsto constitucionalmente.

“A negociação é para discutir o novo Plano de Cargos e Salários, mas agora temos este problema que também precisamos resolver. A Contraf-CUT não vai admitir o desconto desses quatro dias e orientamos aos sindicatos de Belo Horizonte, Bahia e Sergipe que entrem com ações judiciais com pedido de liminar para reverter esta situação. Também orientamos que os bancários dessas cidades intensifiquem a mobilização e promovam protestos e manifestações contra a Caixa”, afirma Plínio Pavão, diretor da Contraf-CUT e coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa

BNB
Os bancários e o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) voltam a negociar nesta quarta-feira, dia 20. O objetivo é discutir os encaminhamentos da última negociação, ocorrida dia 29 de janeiro. A reunião desta semana será em Maceió (AL).

Na reunião passada, o banco apresentou o sistema da empresa IVIA para implantação do Ponto Eletrônico. O grande questionamento das entidades foi com relação ao banco de horas extras. Por sugestão do coordenador da Comissão dos Empregados, Tomaz de Aquino, somente no final de fevereiro, após ouvido o funcionalismo, as regras finais de funcionamento do ponto serão definidas. O objetivo é implantar o sistema no maior número possível de unidades já a partir de março.

Na mesma reunião, foi apresentada a proposta das promoções por merecimento e por tempo de serviço previstas no PCR para implantação retroativa a fevereiro. A previsão é que cerca de 30% dos funcionários sejam promovidos, incorporando reajuste de 4% ao salário.

Na negociação desta quarta-feira, também será apresentado o relatório do Grupo de Trabalho da Capef, a caixa de previdência dos bancários do BNB.

Fonte: Contraf-CUT

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