Evento reuniu lideranças dos sindicatos de Jundiaí, Bragança Paulista, Limeira e Vale do Ribeira
A Fetec realizou na manhã deste sábado (4/6) o Encontro da Regional 2, com a presença de lideranças dos sindicatos de Jundiaí, Bragança Paulista, Limeira e Vale do Ribeira. O evento, realizado na Sede da Associação dos Aposentados de Jundiaí, debateu questões importantes para os trabalhadores, com ênfase para a questão da saúde dos bancários e a campanha salarial, que já se iniciou.
O presidente da Associação Brasileira de Municípios (ABM), Eduardo Tadeu Pereira, professor doutor em Educação da Unicamp Eduardo Tadeu Pereira, foi convidado para discutir a conjuntura política nacional. Entre os vários temas abordados, Pereira destacou o retrocesso pelo qual o País passa com a presença de Eduardo Cunha na presidência da Câmara dos Deputados e de como a mídia tem se orquestrado para manipular a população. “Quem tem que pensar e articular a política é o partido. Mas, nesse momento, quem tem articulado nosso País é a mídia que sem nenhum pudor faz uma pauta conjunta para enfraquecer o governo Dilma”, disse o professor, lembrando que jornais como Folha e Estadão acabam dando as ordens para a direita em seus editoriais.
Segundo ele, a mídia tem contribuído para disseminar as notícias sobre a crise econômica, provocando a sensação de que a situação é bem pior que realmente acontece. ‘Essa contaminação de notícias negativas acaba influenciando a população e deixando os investidores mais acuados e receosos em avançar”.
Douglas Yamagata, presidente do Sindicato dos Bancários de Jundiaí, disse que o encontro é de suma importância para uma análise conjuntural do país, com foco nas questões da categoria bancária, como a campanha salarial, a saúde e as condições de trabalho.
Na ocasião, houve exposição das consultas realizadas em junho com os bancários, incluindo debates e propostas para a campanha salarial nacional de 2015 da categoria, ficando definida como proposta da campanha o índice da inflação, acrescido de 5%.
Saúde
Para debater o tema da saúde, esteve presente a auditora fiscal do trabalho Luciana Veloso, que abordou questões como assédio moral e o adoecimento da categoria. “Os riscos psicossociais no trabalho tem se intensificado de forma muito significativa na última década. Nesse contexto, o assédio moral, no setor bancário, adquiriu proporções de epidemia”, alerta a auditora.
Presidentes de outras cidades destacam campanha e problemas de saúde
“Esse encontro com a nossa regional é importante para apontar o que a gente quer para a campanha nacional. Fizemos a consulta na base e, a partir daí, o que os bancários apontaram como prioridade, nós iremos defender. No nosso caso, a segurança está entre os principais pontos, pois nossa região tem alto índice de assalto à mão armada. Pedimos, assim, vidro blindado nas agências”, disse Ana Lúcia Ramos Pinto, presidente do Sindicato dos Bancários de Limeira. A questão relacionada à saúde, lembra Ana, também está entre as prioridades, devido à cobrança das metas abusivas, que caracterizam assédio moral e levam ao adoecimento dos bancários.
As condições de trabalho relacionadas à saúde física e psicológica dos bancários também são apontadas como os maiores problemas da categoria pelo presidente do Sindicato dos Bancários do Vale do Ribeira, Roberto Fouto. O assédio moral também está entre as maiores preocupações. “Isso tudo acaba desencadeando outros problemas, como a depressão. O estado depressivo influencia a saúde física também. Nossa expectativa não é tão otimista na questão econômica, mas na questão social esperamos mais avanços. Não podemos, por conta da atual crise econômica, deixar de reivindicar. Nos últimos 12 anos estamos conquistando sempre um pouco além da inflação, em nosso reajuste”, explicou Fouto.
Isabel Rosa dos Santos Machado, presidente do Sindicato dos Bancários de Bragança Paulista, disse estar satisfeita com as consultas realizadas junto aos bancários. “Percebemos que, diferentemente de anos anteriores, agora os trabalhadores apontam índices possíveis de serem alcançados. Não estamos brincando de campanha salarial. É algo muito sério. Essa participação mais consciente mostra que nossa categoria está mais participativa”, lembrou Isabel.