Evento vai focar o papel das mulheres como protagonistas
Após lutar por direitos democráticos, como o de ir às urnas, no início do século XX, por espaço no mercado de trabalho, entre as décadas de 60 e 70, o que acabou rendendo duplas ou triplas jornadas de trabalho, as mulheres seguem, neste início do século XXI, lutando pela possibilidade de ocuparem novos espaços.
Apesar dos avanços, essa trajetória reúne obstáculos como consequência do sexismo, que restringe a presença das mulheres nos cargos de poder, limita a evolução na carreira e, inclusive, impõe salários menores aos dos homens em funções semelhantes. Discriminações ainda piores para as mulheres negras.
No quadro de opressão a que muitas são submetidas, são inúmeros casos de violência doméstica, abuso sexual e ameaças patrimoniais, apenas para exemplificar. Há ainda o desrespeito à imagem feminina pelos meios de comunicação, com reprodução de estereótipos, preconceitos e imposição de padrões de beleza, em flagrante menosprezo às múltiplas individualidades.
Aprofundar o debate sobre esta realidade também é papel do movimento sindical. Com este objetivo, a FETEC-CUT/SP realiza no próximo sábado, dia 29, o 2º Encontro Estadual de Mulheres, na sede do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
O evento contará com painéis sobre “A Mulher e o Mundo do Trabalho”, “A Mulher e o Machismo” e “Apresentação do II Censo da Diversidade nos Bancos com o recorte sobre as mulheres”, o qual recentemente fora divulgado pela Febraban.
“O 1º Encontro, realizado em 2013, foi bastante enriquecedor. Nesta segunda edição, buscaremos aprofundar as ações para enfrentamento da opressão contra a mulher em todas as situações”, afirma Crislaine Bertazzi, diretora de Políticas Sociais da FETEC-CUT/SP.
“Ainda temos um longo caminho a percorrer, haja vista que hoje as mulheres continuam sendo vítimas de inúmeras práticas de violência, acarretada inclusive em função da dificuldade de ingressar no mercado de trabalho. Precisamos consolidar avanços, como por exemplo, ampliar o número de creches e escolas para os filhos, evoluir nas responsabilidades compartilhadas no interior das famílias e nos mecanismos de empoderamento das mulheres, de maneira com que possamos ser também protagonistas das mudanças da evolução da sociedade”, salienta a dirigente da FETEC-CUT/SP.
