O ano era 1989, nem tão distante assim, mas foi nesse ano que um homem entrou numa sala de aula, na Escola Politécnica de Montreal, no Canadá, portando uma arma. Falou para os homens da turma se retirarem e abriu fogo contra as mulheres. O ato resultou em 14 mulheres assassinadas, pelo simples fato de serem mulheres. Além do feminicídio, outras 10 mulheres ficaram feridas.
Era dia 6 de dezembro e esse evento marcou a data em referência a um dia de mobilização dos homens pelo fim da violência contra a mulher. No Centro de Curitiba, um ato público aconteceu nesta quinta-feira (6) de dezembro, na esquina do calçadão da rua XV de Novembro com a Monsenhor Celso, com a distribuição de um laço branco para a população e materiais informativos sobre os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
“A gente destaca a importância dos homens se responsabilizarem e assumirem seu papel, já que as mulheres são justamente vítimas de violência de gênero e esperamos de todos essa conscientização”, afirma Cristiane Zacarias, diretora da Secretaria de Cultura do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, que faz parte da Frente Feminista de Curitiba.
O ato, convocado pela CUT Paraná, Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-CUT-PR) e sindicatos filiados, é protagonizado pelos homens, que ao microfone, contam essa história para a população que passa pelas ruas. “Homens que passam agora pela Rua XV de Curitiba, hoje é dia de combate à violência contra as mulheres”, narrou o bancário Adilson Stuzata, dirigente da Fetec-CUT/PR e da CUT.
Vandira Martins Oliveira, diretora da secretaria de Mulheres da Fetec-CUT/PR, lembrou, durante o ato, a morte da vereadora Marielle Franco, “uma mulher de luta, que foi executada muito jovem e tinha muito a contribuir”.
Data é lei estadual
Neste ano, foi aprovada no Paraná a Lei Estadual 19.719, de 26 de novembro de 2018, instituindo o dia 6 de dezembro como Dia da Mobilização Estadual dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
Hoje pela manhã, uma Frente Parlamentar contra a violência de gênero foi instalada na Assembleia Legislativa, para debater e encaminhar proposições que visam reduzir a violência, ambas iniciativas do deputado estadual Professor Lemos (PT).