Há mais ou menos oito anos, o Bradesco inaugurou os Postos Avançados de Atendimento nos rincões mais longínquos do País. No Piauí não foi diferente, pois hoje existem PAA’s Bradesco em praticamente todos os municípios do Estado, porém, o que representou a bancarização das pessoas mais pobres, transformou-se num filé para o Banco e um osso duro de roer para os bancário(a)s.
A instalação dos PAA’s representou grandes negócios ao Bradesco, como folhas de pagamentos de prefeituras, pagamento de aposentados, empréstimos consignados e pessoais, títulos de capitalização, sem falar nas altas tarifas cobradas pelo banco para manter-se uma conta aberta. O negocio foi tão bom que o Bradesco fechou o ano de 2010 com um lucro líquido de R$ 2.22 bilhões.
Já aos empregado(a)s, sobrou o afastamento das universidades e faculdades, saudade dos familiares, pressão para cumprimento de metas, atendimento em dois PAA’s por apenas um empregado(a) e o risco constante de assalto, pois as cidades onde os PAA’s passaram a funcionar não têm estrutura policial e o banco não instalou nenhum mecanismo de segurança para combater os assaltos.
O resultado até agora, segundo levantamento do Sindicato, são: assaltos ao PAA de Palmera do Piauí e Assunção do Piauí, seqüestro do Gerente de PAA de Marcos Parente, explosão do PAA de Ipiranga, vários assaltos aos Bancos Postais (Correios) e, por último, seqüestro do funcionário de Palmeirais.
O SEEBF-PI tão logo tomou conhecimento do fato ocorrido em Palmera e Marcos Parente, interveio e conseguiu mudar a forma de abastecimento na região sul do Estado, mais precisamente os PAA’s ligados às agencias de Floriano e Picos. Imaginava-se que o banco havia resolvido a questão em todo o Piauí, mas qual não foi a surpresa quando descobriu-se que os PAA’s ligados à agencia centro Teresina e às agencias do norte do Estado estavam com abastecimento irregulares, chegando ao absurdo de na região de Parnaíba, funcionários fazerem transporte de numerário de taxi ou em veículos próprios.
O Sindicato já tomou as devidas providências e o banco ficou de resolver o problema o mais breve possível, ficando o último dia 15 de fevereiro para a completa terceirização do abastecimento.
O descaso do Bradesco com a segurança bancária resume-se bem na resposta dada pelo banco ao SEEBF-PI, através do seu diretor de Assuntos Sindicais, Geraldo Grando “Se o Bradesco for instalar câmeras, contratar vigilantes e instalar portas giratórias em todos os PAA’s do Piauí, é melhor fechá-los”.
O Sindicato ainda solicitará audiência com o secretário de Segurança do Estado e o comandante geral de PM-PI no sentido de melhorar o policiamento nas cidades, principalmente no período de pagamento de aposentados e pensionistas, pois é no começo do mês que verifica-se o maior número de ocorrências.