A falta de funcionários nos bancos do interior dos estados continua causando problemas para os bancários e clientes. O Sindicato dos Bancários de Pernambuco visitou as agências de Catende e Palmares, na quarta e quinta-feira, dias 9 e 10, e encontrou um quadro assustador, principalmente nas unidades do Santander.
“As agências são um verdadeiro caos”, diz o diretor do Sindicato, João Marcelo Lopes, que visitou os dois municípios com o diretor Marcílio França. “As agências estão trabalhando com pouquíssimos funcionários. Além do quadro enxuto, muitos bancários ainda estão afastados por doença ocupacional. Resultado: muito trabalho para os empregados e muita fila para os clientes”, explica o dirigente sindical.
Na agência de Catende, os diretores do Sindicato chegaram no momento em que um assistente estava em audioconferência com o Santander (prática diária e intermitente do banco para cobrar metas dos bancários).
“Enquanto isso, cerca de dez clientes aguardavam o atendimento. Um dos caixas estava com atribuições de serviços destinados ao gerente administrativo. O outro tentava dar conta dos clientes e nem parar para almoçar ele podia”, conta.
Já na agência de Palmares, o quadro era mais precário ainda. Dos dez funcionários, apenas quatro se desdobravam na unidade para prestar atendimento aos clientes.
“E ainda tinham que dar conta de vender produtos do Santander. Três funcionários da agência estão afastados por transtorno psíquico. A unidade chegou a ficar fechada por dois dias na semana passada por falta de pessoal”, relata João Marcelo, lembrando que o Sindicato tem pressionado o Santander e os demais bancos para contratar mais bancários.
O diretor do Sindicato, Marcílio França, conta que na sexta-eira, dia 11, chegou um novo funcionário na agência Palmares, deslocado da unidade do Santander de Bezerros. “O problema é que o colega não é caixa. Ele é da área comercial e veio para ‘fazer negócios’, que é o que interessa hoje ao banco. O Santander não está nem aí para os clientes. A falta de funcionários é tamanha, que até a limpeza do banco é feita pelos bancários, num desvio de função inacreditável”, critica Marcílio.
