Valor Econômico
Assis Moreira, de Genebra
A exposição total de bancos estrangeiros no Brasil aumentou US$ 41 bilhões no país no terceiro trimestre do ano passado, na maior alta percentual entre economias emergentes e uma das maiores do mundo, revela o Banco de Compensações Internacionais (BIS), espécie de banco dos bancos centrais.
Globalmente, o volume de créditos bancários caiu 1%, numa baixa de US$ 235 bilhões, ficando o estoque em US$ 30,6 trilhões. Mas, em relação aos trimestres anteriores, diminuiu a relutância das instituições bancárias em emprestar para fora de suas economias nacionais.
No caso do Brasil, os grandes bancos internacionais não hesitaram e os créditos externos destinados à economia brasileira aumentaram US$ 21 bilhões (sem ajuste cambial), numa alta de 17% em relação ao trimestre anterior. O estoque de financiamento internacional chegou a US$ 144 bilhões.
O estoque de linhas de crédito externo para bancos brasileiros passou de julho para setembro de US$ 31,6 bilhões para US$ 36 bilhões. O estoque dos créditos para o setor público passou de US$ 28 bilhões para US$ 37 bilhões. E para empresas privadas, de US$ 62,2 bilhões para US$ 69 bilhões.
Através de suas subsidiárias no país, os bancos estrangeiros aumentaram em 9,8% seus empréstimos em real, totalizando agora o equivalente a US$ 270,7 bilhões e elevando sua presença na economia brasileira.
A exposição total da banca internacional no Brasil pulou para US$ 372 bilhões, num crescimento de 12,7% comparado ao segundo trimestre, e representando um terço de toda sua exposição na América Latina.
Em comparação, a exposição dos bancos só subiu 6,2% para a China, 2,7% para a Índia e se contraiu em 3,5% para o México e 7,9% para a Rússia.
Os bancos dos EUA voltaram a dar mais crédito ao Brasil no terceiro trimestre, numa alta de 21,5% em relação ao trimestre anterior, com sua exposição alcançando US$ 62,4 bilhões. Os bancos espanhóis são os que mais têm dinheiro engajado no Brasil, num total de US$ 139,4 bilhões, e a alta foi de 7,8% em relação ao segundo trimestre.
Os créditos externos que tomaram o rumo do Brasil foram principalmente para o governo, mas aumentaram também para os bancos e para as empresas.
Estatísticas consolidadas do BIS estão no site www.bis.org