Experiências internacionais ajudam a planejar luta da Contraf-CUT no próximo período

Projeto Organizativo do Ramo foi o tema da última mesa de debates do 5º Congresso Nacional da Contraf-CUT, realizada na manhã deste domingo (8), em São Paulo. A mesa contou com a coordenação da Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Almir Aguiar, secretário de combate ao Racismo da Contraf-CUT, Adilson Barros, diretor da Contarf-CUT, e Wellington Trindade, do sindicato dos Bancários de Pernambuco.

O primeiro palestrante foi Niklas Hofmann, diretor do escritório regional da DGB Bildungswerk, que explicou a estrutura sindical na Alemanha. Lá, há um sistema sindical de sindicatos unitários. Os sindicatos são formados por setores, não tem lealdade a partidos políticos e são politicamente independentes, mas não neutros. “Qualquer pessoa que é do setor ou poderia ser do setor é representada. Os sindicatos chegam a disputar os estudantes nas universidades.”

Ele salientou que somente 9% das empresas contam com comitês de fábricas, mas que representam 41% do total de trabalhadores alemães. Isso porque, a taxa de afiliação na Alemanha mudou fortemente nos últimos 40 anos. “Cada afiliado contribui com cerca de 1% do seu salário bruto, o que financia a estrutura sindical.”

Ele ainda contou que na organização dos sindicatos na Alemanha quatro grandes eixos norteiam o trabalho: organização no local de trabalho, ofertas de serviços para os afiliados, campanhas temáticas e projetos de organização.

José Manuel da Silva Simões, diretor de estratégias sindicais da américa latina do sindicato dos Estados Unidos, explicou a importância de construir um movimento mais forte e unitário para lutar contra o capital. “Estamos num tempo difícil, mas não podemos desistir. Estamos aqui para lutar e todos somos Lula. O movimento sindical está tendo um debate sobre como construir um movimento mais forte com uma sociedade mais justa. Precisamos entender que vivemos num mundo novo. As lutas estão cada vez mais difíceis, então, precisamos ter estratégias para construir o poder dos trabalhadores. O que está acontecendo é um plano organizado.”

José lembrou sobre o início dos movimentos sindicais no Brasil e como a luta tornou possível a conquista de muitos direitos dos trabalhadores. “A raiz do movimento sindical foi de massa na rua. O Brasil é um exemplo para o mundo inteiro como construir um movimento de trabalhador.”

De acordo com ele, para construir um sindicato mais forte, é preciso regressar à base. “A nossa base hoje tem que ser de frente, não pode ser só de trabalhador que está no lugar de trabalho. Isso não é suficiente para gente ter o poder e controlar o capital que é o nosso inimigo.”

O diretor de estratégias contou sobre a realização de duas campanhas, realizadas pela categoria bancária nos Estados Unidos. “Fight for $ 15 é uma luta que os sindicatos adotaram nos EUA que tenham o salário mínimo de $15 a hora. Começamos a campanha estado por estado para organizar esse salário e hoje podemos dizer que com essa campanha mais de 12 milhões de trabalhadores já chegaram a esse salário ou vão chegar nos próximos 4 anos. A Together We Rise é uma campanha para que todo o trabalhador tenha o mesmo salário e o mesmo benefício durante a negociação.”

As forças que compõem a nova direção Contraf-CUT encerraram a mesa com a apresentação de propostas para ajudar na organização de luta do ramo.  

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