Estrangeiros ficam com mais de 80% da oferta pública de ações da Tivit

Agência Estado
Michelly Chaves Teixeira

A participação dos investidores estrangeiros no processo de abertura de capital da Tivit superou os 80%, afirmou o presidente da Tivit, Luiz Mattar, que participou hoje da estreia das ações da prestadora de serviços de Tecnologia da Informação (TI) no Novo Mercado da BM&FBovespa.

Embora o preço fixado para as ações, de R$ 15,00, ter ficado abaixo da faixa indicativa de R$ 16,50 a R$ 20,50, Mattar avalia que a operação foi um sucesso. “Fomos a segunda empresa a fazer oferta pública inicial neste ano, depois da VisaNet, que é uma empresa gigante, e o preço veio só 9% abaixo do piso. Estamos contentes em fazer parte da nata do mercado de capitais”, afirmou o executivo.

As participações dos sócios originais da Tivit foram reduzidas em 43%. Antes da oferta inicial de ações (IPO), o Votorantim participava com 72% do capital da Tivit, seguidos por Pátria Investimentos (12%) e a diretoria-executiva (16%). “Todos os sócios continuam na empresa, o que demonstra confiança”, disse.

Questionado sobre o porquê de a empresa ter optado pela oferta secundária, já que nas duas últimas tentativas de abertura de capital a opção tinha sido pela oferta primária, Mattar justificou que a empresa já tem suficiente geração de caixa. “Nosso crescimento nos últimos anos tem sido sustentado pela forte geração de caixa, então não tínhamos necessidade de buscar mais capital”, destacou.

Ele evitou fazer projeções sobre estratégias de crescimento via aquisições, alegando estar em “período de silêncio”. Disse apenas que a última compra, da Open Concept, dirigida a meios eletrônicos de pagamento, foi baseada “na busca de competências que não existiam na Tivit”. Sobre internacionalização, Mattar frisou que a Tivit não tem ambições de ser uma grande multinacional no curto prazo.

“Temos duas operações no exterior, uma na Europa e outra nos Estados Unidos, para atender e dar suporte a cerca de 14 clientes”, comentou. Hoje, a Tivit tem, no total, mais de 300 clientes e 23 mil funcionários. Sua receita atingiu, no exercício de 2008, quase R$ 1 bilhão. Quando começou, há 10 anos, a empresa tinha 200 empregados e R$ 30 milhões de faturamento.

Para o presidente da Tivit, a ampliação do limite de investimentos em renda variável, além do fato de o Brasil ter três avaliações de grau de investimento, fortalecerá o mercado de capitais. Ele também tem expectativas positivas para o mercado de TI, com expectativa de que este setor cresça dois dígitos nos próximos anos. Nos últimos cinco anos, a Tivit avançou, em média, 30% ao ano.

Com a crise financeira global, a empresa reduziu para 8% seu crescimento nos 12 meses findos em junho. “Mas é bom notar que outras empresas de tecnologia tiveram crescimento quase nulo”, destacou.

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