Os números oficiais de roubos a bancos em 2010 no Estado de São Paulo não reduzem o medo e a insegurança de bancários, vigilantes e clientes. De acordo com a Estatística da Criminalidade da Secretaria da Segurança Pública (SSP), foram registradas 211 ocorrências no ano passado, uma queda de 16,6% em relação aos 253 casos verificados em 2009.
Na capital paulista, os números também diminuíram, mas igualmente não trazem segurança. Houve 141 roubos a bancos em 2010, enquanto ocorreram 171 casos em 2009, uma redução de 17,6%.
Conforme levantamento da Contraf-CUT, com base em notícias da imprensa, cinco pessoas morreram em assaltos envolvendo bancos em 2010 no Estado. Duas foram vítimas do crime de “saidinha de banco”.
“Todos esses números reforçam a necessidade urgente de medidas preventivas tanto pelo governo tucano, que é responsável pela segurança pública, como pelas instituições financeiras, que devem garantir a segurança dentro dos seus estabelecimentos”, reitera o secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkehr.
“É preciso que haja mais investimentos em segurança para eliminar riscos, prevenir ataques das quadrilhas e acabar com a sensação de medo e insegurança”, propõe. “A vida das pessoas precisa ser colocada em primeiro lugar”, salienta o dirigente da Contraf-CUT.
Para 2011, o quadro não deve melhorar. O Itaú, maior banco privado do país, concluiu o processo de integração da rede de agências de Unibanco e retirou inúmeras portas giratórias com detectores de metais. O banco só manteve o equipamento em praças onde há legislação municipal ou estadual e em regiões mais perigosas ou próximas de rotas de fuga.
“O banco não ouviu os seus funcionários, nem dialogou com o movimento sindical. Os clientes também não foram consultados. O processo de fusão deveria valorizar a vida das pessoas e melhorar as condições de segurança, o que não aconteceu”, alerta o funcionário do Itaú Unbibanco e presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro.
A Contraf-CUT e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Vigilantes (CNTV) defendem a aprovação do modelo de projeto de lei municipal, lançado no final do ano passado. “Além de melhorar as instalações de segurança, com portas giratórias, câmeras de vídeo e vidros blindados nas fachadas, a iniciativa prevê a colocação de divisórias individualizadas e biombos entre a fila de espera e os caixas, a fim de garantir privacidade e sigilo nos saques em dinheiro e combater o crime da saidinha de banco”, ressalta Ademir.