O Estado de São Paulo
Isabel Sobral e Adriana Fernandes
A Caixa Econômica Federal avisou ontem que não vai ficar de fora do movimento de compra de instituições financeiras no novo cenário de concentração bancária que foi aberto pela crise internacional. “Se a pergunta é se vamos entrar nesse processo, a resposta é clara. Vamos sim, quer seja numa atitude preventiva ou para ampliar a capacidade de enfrentar a concorrência”, disse ontem o vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival, ao comentar a movimentação no setor bancário brasileiro em reação ao anúncio da fusão do Itaú com o Unibanco. Segundo Percival, o momento é de um processo “brutal” de concentração bancária e, neste contexto, todos os bancos terão de se instrumentalizar para enfrentar a concorrência”. “Banco público também está nessa competição”, disse.
A presidente da Caixa, Maria Fernanda Coelho, disse que Medida Provisória 443 abre uma oportunidade “extraordinária” para o banco. A MP, em discussão na Câmara, permite que a Caixa e o Banco do Brasil comprem bancos e, no caso da Caixa, participação societária em empresas de construção civil. Permite, também, que BB e Caixa constituam subsidiárias. Com isso, a Caixa pode ter financeira, empresa de leasing e distribuidora de títulos e valores mobiliários, disse Maria Fernanda.
A Caixa projeta também forte expansão na oferta de crédito. Neste ano, a concessão de crédito para as empresas deve aumentar entre 37% a 38%. Antes do agravamento da crise, a expectativa do banco era de uma expansão de 34%. Mas o recorde mensal de R$ 4,5 bilhões de outubro superou as expectativas e o banco refez suas projeções.