Estadão: Caixa está perto de fechar primeira compra de banco

O Estado de São Paulo
Fernando Nakagawa, BRASÍLIA

A Caixa Econômica Federal deve concluir “em breve” sua primeira aquisição de participação em instituição financeira. Segundo fonte do próprio banco federal, o negócio “vai ser muito importante” para que a instituição passe a atuar em nichos ainda pouco explorados pela instituição. Rumores de mercado dão conta de que um banco de médio porte e com atuação no crédito de varejo deve ser o alvo dessa aquisição.

Um executivo que acompanha as negociações disse que atualmente estão sendo fechados aspectos técnicos da operação. O negócio será fechado pela CaixaPar, uma subsidiária da Caixa criada no auge da crise financeira para a compra de participação acionária em outras empresas. A fonte, que não quis adiantar o nome da instituição negociada, disse que a aquisição será importante porque vai permitir à Caixa absorver experiência em segmentos em que ela ainda não atua.

Um dos nichos inexplorados pelo banco federal é crédito pessoal, setor liderado com folga por concorrentes privados. Para o governo, é importante ter um banco público nessa área para tentar aumentar a concorrência e, assim, reduzir as taxas de juros. Outro nicho pouco explorado pela Caixa é o financiamento de veículos. Os dois setores têm bancos de médio porte entre os principais concorrentes.

“O tamanho da carteira é relevante, mas não vai gerar um aumento tão grande porque já temos um volume muito grande de operações”, disse a fonte. “Será mais importante aprender com a experiência deles”, completou. Outro fator importante para a Caixa é a aquisição de novos canais de distribuição para produtos do banco.

O negócio a ser anunciado pela Caixa deve ter modelo semelhante ao do Banco do Brasil na aquisição de 49,99% do capital do Votorantim. Nesse tipo de transação, o banco público adquire metade das ações menos uma para manter a instituição sob controle privado.

Nos últimos dias, cresceram os rumores sobre o negócio e as ações de bancos de médio porte na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) têm apresentado oscilação superior à do restante do mercado. Entre os investidores, há a percepção de que o banco federal deveria adquirir participação n uma financeira popular e o alvo principal dessas apostas é o Banco Panamericano.

Tanta expectativa resultou em um desempenho exuberante dessa instituição, cuja ação acumula salto de 37,7% apenas em novembro. No ano, a ação disparou 271,3%. Segundo apurou a Agência Estado, analistas não veem fundamentos para uma alta tão expressiva dessas ações em tão pouco tempo.

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