Jamil Chade, de O Estado de S. Paulo
GENEBRA – A crise financeira já gerou perdas de US$ 1,1 trilhão aos bancos em todo o mundo. Nesta terça-feira, 10, foi a vez do UBS revelar o maior rombo na história corporativa da Suíça, país que praticamente nunca havia sofrido uma crise dessa dimensão em seu sistema financeiro. Um levantamento feito pela Associação de Bancos da Suíça estima que mais de 280 mil postos de trabalho já foram aniquiliados no setor financeiro desde setembro.
Em Londres, os executivos dos bancos Royal Bank of Scotland e HBOS pediram “desculpas” ao Parlamento britânico pela crise gerada pelo sistema financeiro, mas evitaram dizer que eram pessoalmente culpados pela crise.
Na semana passada, o Deutsche Bank anunciou um prejuízo de US$ 6,3 bilhões para o último trimestre de 2008 e seu primeiro déficit em 50 anos. Nesta quarta, será a vez do Credit Suisse confirmar perdas de mais de US$ 4 bilhões. Nesta terça, o UBS anunciou a demissão de outros 2 mil funcionários. Com os cortes, o banco já soma 11 mil demissões desde o início da crise.
Em todo o ano de 2008, o banco suíço perdeu US$ 17 bilhões, o maior volume de prejuízos já sofrido por uma empresa suíça. No quarto trimestre do ano, a queda foi de US$ 7 bilhões.
A hemorragia no banco suíço também foi sem precedentes. Clientes retiraram quase US$ 80 bilhões de suas contas abertas no UBS. O Banco Central Suíço foi obrigado a socorrer o UBS, comprando US$ 60 bilhões em suas ações e ainda injetando US$ 6 bilhões. O CEO do UBS, Marcel Rohner, admitiu que a saída de recursos foi intensa entre outubro e dezembro. Mas garantiu que o banco voltará a ter lucros em 2009.