Entidades sindicais repudiam interditos proibitórios com ato em Curitiba

Representantes de diversos sindicatos estiveram reunidos ontem (16), no centro de Curitiba, em frente ao Bradesco da Marechal Deodoro, para protestar contra os interditos proibitórios e a favor do direito de greve. Os parlamentares Professora Josete e Tadeu Veneri também se mostraram contrários ao posicionamento da Justiça a favor dos bancos que impede a livre manifestação.

“Essa mesma Justiça – que concede os interditos proibitórios favoráveis as instituições financeiras, não vê que nós temos por direito uma jornada de trabalho que não é cumprida. E por qual razão ela não determina o fechamento do banco quando se comprova que os trabalhadores estão lá mais de dez horas. A Justiça não vê em lugar algum que a Lei Municipal sobre o período máximo de 15 minutos nas filas das agências bancárias está sendo ignorada. Em qualquer agência bancária que você for, não há trabalhadores suficientes para lhe atender. Se a Justiça quer punir os bancários, precisa também punir aos banqueiros”, destacou o deputado Tadeu Veneri.

“Ao ingressar com o interdito, os bancos não estão pensando na população. Porque a greve, um instrumento justo de pressão dos trabalhadores sob os banqueiros, não está prejudicando o povo, que pode sacar e pagar suas contas no auto-atendimento. Os bancos querem acabar com a greve porque ela está causando prejuízos. Os banqueiros estão dizendo que a greve precisa ser suspensa para que exista negociação. Isso não é verdade. Antes não havia greve e não havia negociação”, concluiu Veneri.

O presidente da CUT/PR, Roni Barbosa, também se mostrou indignado com a postura dos bancos e da Justiça. Roni destacou que o interdito proibitório causa danos para toda a sociedade. “A população precisa saber que quando o trabalhador se acidenta, ele espera dois, até cinco anos, para receber uma indenização de mil ou dois mil reais. E este banco, o Bradesco, se fica fechado por uma hora, os trabalhadores bancários terão que pagar 70 mil reais. A greve não serve apenas para o reajuste dos bancários, mas principalmente para exigir que os bancos cumpram sua função social com o desenvolvimento do país e que dêem a população melhores condições de atendimento”, salientou.

O objetivo do ato foi apoiar a greve da categoria bancária, “estrangulada” pelo artifício dos bancos. O interdito proibitório é um dispositivo jurídico relacionado às situações nas quais o direito de posse ou de propriedade estão ameaçados, o que não procede na paralisação dos bancários, que permanecem do lado de fora das agências orientando a população sobre a sua campanha salarial e alternativas para as agências sem expediente. Além disso, carro de som, faixas, cartazes e panfletos não constituem ameaça alguma ao patrimônio dos bancos.

Praticamente todos os bancos presentes na capital já conseguiram interditos proibitórios. Os valores mais absurdos são os aplicados nas decisões judiciais favoráveis ao Bradesco – 70 mil reais por hora e Itaú – 200 mil reais por agência.

A greve é assegurada pela Constituição Federal (artigo nono) e Lei 7.783. garantindo o direito dos trabalhadores de cruzar os braços por melhores condições de trabalho e remuneração.

Durante o ato, prestaram apoio aos trabalhadores bancários as seguintes entidades e centrais sindicais: Saúde (SindSaúde), Construção Civil (Sintracon), Petroleiros (SindiPetro), Telefônicos (Sintiitel), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

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