Entidades sindicais repudiam a não abertura das negociações no Banpará

Estava prevista para terça-feira (8) a abertura das negociações específicas com o Banpará na Campanha Nacional 2015. Atendendo a um pedido do banco, a data da reunião foi adiada para essa quarta-feira (9). Porém, por um impasse criado pelo Banco do Estado em relação à representatividade das entidades sindicais na mesa de negociação, a reunião prevista para ocorrer na tarde hoje foi cancelada.

Às 14h30, o Sindicato dos Bancários do Pará, a Contraf-CUT, a Fetec-CUT Centro Norte, a CUT Pará e a Afbepa, estavam presentes na matriz do Banpará para dar início às negociações. No entanto, o banco tentou ingerir sobre a representação das entidades sindicais na mesa, ao limitar o número de representantes dos trabalhadores que deveriam subir para a sala de reuniões e quais pessoas que poderiam falar durante a reunião.

Até às 16 horas, a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim, tentou dialogar diretamente com o presidente do banco e com a diretora administrativa, que é coordenadora da mesa pelo banco, no sentido de garantir a autonomia da representação das entidades sindicais na mesa. Contudo, o banco foi irredutível e se negou a reunir no caso de as entidades sindicais não acatarem as imposições da instituição financeira.

Rosalina repudiou a postura do Banpará em querer determinar qual deve ser a representação da categoria na mesa de negociação. “Reafirmamos que a participação de todas as entidades presentes para a negociação prevista para hoje foram aprovadas pelo 7º Encontro Estadual do Funcionalismo do Banpará e tiveram a concordância do banco no ato de entrega da minuta de reivindicações 2015”, lembrou. “Não aceitamos qualquer ingerência do banco sobre quais as pessoas que devem representar as entidades na mesa. Essa postura não contribui em nada para o diálogo democrático no processo negocial”, completou a presidenta do Sindicato.

O secretário executivo da Contraf-CUT, Adilson Barros, lamentou essa postura do Banpará inédita na mesa específica ou de qualquer outra instituição bancária. “A frustração do funcionalismo do Banpará com essa situação é inevitável, tendo em vista o atraso que ocorre nas discussões das reivindicações da categoria em busca de melhores salários e melhores condições de trabalho. Sabemos que para o Banpará é muito fácil acabar com esse impasse e para tanto estamos solicitando reunião específica com o presidente do Banpará, a fim de resolver esse problema inicial da mesa de negociação e podermos, enfim, discutir com o banco as justas reivindicações do funcionalismo, que precisam ser analisadas e respondidas”, avaliou.

A funcionária do Banpará e representante da CUT Pará, Vera Paoloni, lembrou que, depois da entrega da minuta, o banco soltou uma portaria designando a comissão de negociação, composta por 5 pessoas, e quer que a representação da categoria seja igual. “O Sindicato dos Bancários, desde o início discordou desse número, mas entendeu que essa era a proposta para um dos lados da mesa, no caso, a do banco. Faço um apelo para que se instale a mesa de negociação no Banpará sem limitador de representantes. O banco é um ente na mesa e tem 5 pessoas que representam a empresa. Já os trabalhadores e trabalhadoras representam 5 entidades. Se um único ente pode ter 5 pessoas na mesa, por que 5 entidades não podem ter 6 pessoas?”, questionou.

As entidades sindicais tentarão um diálogo com a direção do banco nessa quinta-feira (10) para tentar resolver o impasse. Caso o Banpará mantenha sua posição, o Sindicato convocará assembleia setorial do funcionalismo do Banco do Estado para deliberar sobre os rumos da Campanha Nacional.

Tentaram participar da reunião de hoje a presidenta do Sindicato Rosalina Amorim e a dirigente sindical funcionária do Banpará Érica Fabíola, o secretário executivo da Contraf-CUT Adílson Barros, a diretora da CUT Pará e funcionária do Banpará Vera Paoloni, o diretor da Fetec-CN Ronaldo Fernandes, a diretora da Afbepa Kátia Furtado, e a assessora jurídica do Sindicato Mary Cohen.

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