Enfim, Banco de Brasília apresenta proposta de PCCR aos bancários

Em reunião realizada na quinta-feira (8), o Banco Regional de Brasília (BRB) apresentou, enfim, a proposta de Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR). Na reunião, foram detalhadas as alterações, bem como as tabelas com os valores propostos para as novas funções e o enquadramento nos novos padrões.

As alterações principais são:

1) Como o Sindicato já havia divulgado, a partir da adoção do novo PCCR, os funcionários do BRB terão uma tabela de cargos que vai do padrão 1 ao 48, divididos em 3 níveis, sendo que cada 16 padrões corresponderão a um nível, e a cada mudança de nível será necessário cumprir alguns pré-requisitos.

Os atuais funcionários serão enquadrados no mesmo padrão que hoje ocupam, e se este padrão for superior a alguma mudança de nível, no enquadramento não será necessário o cumprimento de nenhum pré-requisito.

2) O interstício entre cada padrão ainda não está definido, sendo que a diretoria do banco deverá optar entre as seguintes alternativas: 1% a cada ano e/ou uma tabela escalonada em que no primeiro nível (1 ao 16) o interstício será de 1,2%, no segundo (17 ao 32) 1% e no terceiro (33 ao 48) 0,8%.

3) Valorização das carreiras de tecnologia, cuja remuneração inicial de analistas de O e M e de TI será elevada para R$ 5.768,00.

4) Estabelecimento do valor de ingresso dos advogados em R$ 12.096,00.

Funções

Em relação às funções, o banco não apresentou ainda a tabela definitiva, mas informou sobre alterações que ocorrerão segundo a proposta, cujas principais são:

a) Valorização das funções gerenciais de agência, com elevação da remuneração dos gerentes gerais do 1 ao 5, sendo que o gerente 1 terá VR de R$ 15.000,00.

b) Divisão dos gerentes de negócios em quatro faixas: master, sênior, pleno e júnior. Os atuais gerentes de negócios serão alocados segundo a carteira que administram, e nenhum receberá valor inferior ao que recebe hoje.

c) Extinção da função de asneg. Os atuais asneg’s, após curso preparatório e estágio, sendo aprovados, serão enquadrados como gerente de negócios júnior, cuja remuneração será de R$ 6.900,00.

d) Elevação do valor da função de atendente de autoatendimento para R$ 600,00 e de atendente de ouvidoria para R$ 900,00.

7ª e 8ª horas

Com relação à 7ª e 8ª horas, o banco apresentou o seguinte:

a) Extinção da função de supervisor de processo. Os atuais ocupantes serão enquadrados como especialista júnior ou analista sênior, cujos VR’s serão respectivamente R$ 6.800,00 e R$ 5.500,00. A jornada das duas funções será de 6 horas. O banco não informou como fará a alocação dos atuais supervisores nas funções acima descritas.

b) Os assistentes administrativos serão enquadrados como analista sênior, com VR de R$ 5.500,00 e jornada de 6 horas.

c) A função de secretária também será de 6 horas, com VR de R$ 4.500,00.

d) As funções especialista em crédito, especialista de risco e operador financeiro, com jornada de 6 horas, serão enquadradas na função especialista júnior, com VR de R$ 6.800,00.

A redução de remuneração, em todas as hipóteses em que isto ocorrer, não será superior a 25% do VR. Há situações em que a remuneração com seis horas perderá apenas 1% em relação à anterior. O VR é o piso mínimo para cada função, sendo que caso a soma de VP+função+anuêncio seja maior que o VR, prevalece o valor dessa soma.

e) Extinção da função de auxiliar administrativo. Os atuais ocupantes desta função, a partir do novo PCCR, terão jornada de 6 horas, e receberão uma gratificação de R$ 800,00 por um período de 6 meses. Após este período, perdem a gratificação, caso não tenham se alocado em outra função. Para estes funcionários, o banco afirma que terão pontuação extra em processos seletivos internos para ocupação de funções.

Ainda não está definida a data de implantação do novo PCCR. O banco afirmou que necessita de estudos de impacto de sua implantação na Regius, bem como do desempenho no primeiro trimestre, cujo resultado só será conhecido em meados de abril.

Abono

O Sindicato voltou a cobrar um abono como compensação pelo atingimento das metas no segundo semestre de 2011, cuja Participação nos Lucros e Resultados (PLR) não será paga em função do resultado do balanço que será fortemente impactado pela provisão da operação do Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS).

Os dirigentes sindicais ainda negociaram uma compensação pela demora na implantação do PCCR, cuja data prevista em acordo ainda em 2011 seria 1° de janeiro de 2012.

O banco informou que pagará sim um abono, como compensação tanto pelas metas como pela não implantação do PCCR na data anteriormente acordada. Porém, só poderá definir e apresentar um valor também em meados de abril.

“O conjunto do PCCR apresentado é positivo, porém, há pontos com os quais o Sindicato não concorda e rechaça veementemente, tais como a perda da função dos auxiliares administrativos. O banco precisa repensar esta medida e apresentar uma solução, pois se o problema existe, segundo o próprio banco, não foi criado pelos funcionários. Por isso, eles não podem pagar pelo erro de gestões passadas”, afirma o secretário-geral do Sindicato dos Bancários de Brasília, André Nepomuceno, que também é funcionário do BRB.

“A valorização dos PA’s prevista nesta proposta é importante. A solução da 7ª e 8ª horas também. Porém, o Sindicato mantém sua reivindicação de redução de jornada sem redução salarial”, pondera a secretária de Assuntos Parlamentares do Sindicato, Cida Sousa, também funcionária do BRB.

Reunião com delegados sindicais

À noite, em reunião massiva com mais de 60 representantes de diversas unidades do BRB, foi realizada reunião no Sindicato. Na ocasião, foi apresentado aos presentes o conteúdo da discussão ocorrida com o banco na tarde de quinta.

Após os debates e avaliações, ficou acordado que o Sindicato fará reuniões específicas com os auxiliares administrativos e com os supervisores de processo para discutir estratégias relativas a estas duas carreiras, uma vez que a solução apresentada pelo banco não contempla os anseios destes.

Especificamente em relação aos supervisores, diversos bancários afirmaram que há necessidade de jornada de 8 horas para muitos casos, e o banco deve verificar isso com mais cuidado, pois a simples transposição destes para cargos com jornada de 6 horas pode colocar em risco a realização do serviço.

“O tratamento dado aos auxiliares administrativos é extremamente agressivo. Não se pode tratar trabalhadores desta forma. As pessoas se organizam em função de seu salário, e de repente se veem numa situação de perda de remuneração que em alguns casos representa até 50% da renda. Isto é inadmissível”, declara Cristiano.

“Faremos reuniões com estes dois públicos o mais breve possível para discutirmos busca de soluções. De antemão, reivindicamos ao banco alternativas menos agressivas para eles”, conclui o secretário de Estudos Socioeconômicos do Sindicato, Antonio Eustáquio, que também é funcionário do BRB.

Na próxima semana, o Sindicato fará um jornal impresso com maiores detalhes sobre o que foi apresentado pelo banco, e também marcará as reuniões como os auxiliares e com os supervisores.

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