Encontro Jurídico começa com críticas ao Judiciário

Começou hoje, dia 6, o 2º Encontro Jurídico da Contraf-CUT. A mesa de abertura contou com a presença de Vagner Freitas, presidente da Contraf-CUT, Miguel Pereira e Sônia Zaia, diretores da entidade.

Vagner lamentou que o pequeno avanço institucional que ocorreu nos poderes Legislativo e Executivo não tenha chegado ainda ao Judiciário. “No Judiciário ainda estamos na Idade Média, ele ainda continua suscetível aos interesses do capital. É influenciado por bancos, que levam juízes para eventos na Costa do Sauípe, com suas famílias”, ironizou. “Estamos perdendo a batalha entre esquerda e direita no Judiciário. Por isso nós que somos militantes, e eu sei que existem juízes e advogados que não concordam com isso que estamos vivendo, precisamos nos levantar para mostrar que a sociedade não vai ficar calada”, defendeu.

A secretária de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT, Sônia Zaia, comemorou a participação de dirigentes e assessores de todo o Brasil. “É um momento importante para que possamos socializar o conhecimento que temos nesse debate e ainda avançar mais”, avaliou. “Precisamos pensar em tomar ações efetivas, como formalizar uma denúncia na OIT contra os bancos, por exemplo”, sustenta.

Para Miguel Pereira, tão importante quanto o debate será o efetivo encaminhamento das ações definidas no encontro. “A presença de tantos dirigentes e assessores garante isso. Com isso, poderemos chegar à campanha salarial desse ano, em junho, já preparados para enfrentar as principais questões, como o interdito proibitório e o cerceamento do direito de greve”, analisa.

Após a abertura, os trabalhos continuaram com uma apresentação da assessora jurídica da Contraf-CUT Débora Blanco sobre os principais problemas enfrentados pelos sindicalistas nas lutas pelos direitos dos trabalhadores: Interdito Proibitório, dissídio de greve e outros temas conhecidos dos dirigentes. Ela mostrou uma cópia de uma ordem de serviço da Polícia Militar ordenando “presença ostensiva” de policiais numa agência do Bradesco, para garantir a entrada de funcionários. “Os bancos estão conseguindo a ação policial sem passar pela Justiça. Aí, eles montam aquele circo digno de filmes de Hollywood e fica realmente muito difícil os bancários não voltarem ao trabalho”, lamentou.

O debate prosseguiu com a fala de Marthius Sávio Lobato, advogado que representa Confederação Nacional dos Metalúrgicos em ação contra o interdito proibitório que está correndo no Supremo Tribunal Federal, com participação da Contraf-CUT. Ele fez um relato da situação que enfrenta nas campanhas salariais dos metalúrgicos. Segundo ele, a situação na categoria chegou a tal ponto que, no ABC, ações judiciais chegaram a proibir os metalúrgicos de fazer passeatas na Anchieta e mesmo assembléias no sindicato.

O seminário prosseguirá até amanhã, dia 7. Acompanhe aqui a cobertura do evento.

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