Começou nesta terça feira 25 o Encontro Nacional de Formação da Contraf-CUT com a apresentação do documentário O longo amanhecer – cinebiografia de Celso Furtado. Logo após ocorreu um debate com a viúva do economista, Rosa Freire d’Aguiar Furtado, seguido de comentários a respeito do filme, com a participação dos dirigentes sindicais.
O encontro continua hoje à tarde e amanhã, com a seguinte programação:
14h30
Desenvolvimento sustentável – Arilson Favareto UFABC.
Desenvolvimento sob a perspectiva da mulher – Nalu Faria (SOF).
Economia solidária e desenvolvimento – Gilmar Carneiro ECOSOL
19:00
Cultural: Debate e apresentação de Fernando Anitelli acompanhado do violinista Galdino Octopus, do grupo O Teatro Mágico
Quart-feira
Estratégia da CUT para o desenvolvimento e soberania – Artur Henrique
O papel dos bancos para o desenvolvimento: a visão da Contraf/CUT – Carlos Cordeiro
12:30 Encerramento
O documentário sobre Celso Furtado
Quem manda no país? Qual o país que queremos? Desta forma foi iniciado e finalizado, respectivamente, o documentário sobre Celso Furtado. O filme mostra a trajetória do autor de A Formação Econômica do Brasil e a preocupação do economista com um projeto nacional de desenvolvimento econômico que acabe com a pobreza e a concentração de renda.
O documentário mostra um pesquisador que procurou pensar o Brasil e o mundo, entendê-lo para contribuir com a redução da fome, pobreza e o distanciamento entre as classes sociais. “Não é possível não ser otimista olhando para o tamanho deste país”, dizia Celso Furtado.
Para ele, o problema de países como o Brasil, em que chamou de periféricos, ocorre porque procura copiar um modelo econômico de países de centro, como os Estados Unidos, que não pode dar certo porque se tratam de economias com formações econômicas distintas.
O economista nasceu em Pombal, na Paraíba, integrou a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal) e criou a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), durante o governo Juscelino Kubitscheck, com o objetivo de promover soluções sócio-econômicas a região nordeste do país.
Para Rosa D’Aguiar, a Sudene representava ao economista uma luta política e que foi possível mantê-la assim desde a sua criação, em 1958, até o golpe militar, em 64. “Havia um pacto federativo, uma instância com vocação regional, que ficava entre os estados e federações. Ele levava a voz comum do Nordeste ao presidente da República como representante dos nove governantes da região”, explicou Rosa. “Com a ditadura a Sudene passou a ser uma repartição de ministério”, complementa.
Para o economista, o golpe militar foi mais nocivo ao Nordeste, que impossibilitou a continuidade. “Tamanha era a preocupação dos Estados Unidos com o nordeste que no período da ditadura chegou a ter 135 funcionários no consulado americano no Recife”, lembrou Rosa.
Centro Celso Furtado
O Centro Celso Furtado tem por objetivo promover atividades acadêmicas nas áreas que estudem os desenvolvimentos econômicos, sociais, internacionais, entre outras linhas relacionadas. Pode ser acessado pelo site www.centrocelsofurtado.org.br.
Para Rosa ,é importante estudar Celso Furtado porque ele conseguiu abarcar os problemas do país, como alguém que enxergava o Brasil em seus pontos estruturais. “Ele via longe, entendia os problemas, até porque eles não foram resolvidos”, finaliza.
Para Carlos Cordeiro, secretário geral da Contraf-CUT, a mensagem que fica a todos os dirigentes sindicais é a indagação sobre qual é o Brasil que queremos. “Qual a colaboração que estamos oferecendo a nosso país como representantes eleitos pelos trabalhadores?”