Sem contar com a participação de representantes dos trabalhadores, a Federação Latino-Americana dos Bancos (Felaban) irá discutir em sua 43ª assembleia anual entre outros temas, o novo marco regulatório do sistema bancário internacional. O evento acontece em Miami, entre os dias 15 e 17 de novembro, e já conta com a inscrição de 900 bancos, conforme matéria publicada nesta segunda, 14 de setembro, no Jornal Valor Econômico.
A Felaban, que afirma ser organizadora dos bancos para o aprofundamento e articulação do sistema financeiro, já recebeu o convite da UNI Américas Finanças, através da Contraf-CUT, para discutir o sistema financeiro internacional no encontro dos bancários realizado em Trinidad e Tobago no ano passado. A entidade, porém, recusou afirmando que não é sua função dialogar com os trabalhadores e sim um papel das entidades nacionais.
“A Felaban afirma querer discutir o marco regulatório do sistema financeiro internacional, mas isso é impossível sem que toda a sociedade seja ouvida, em especial os trabalhadores do setor”, afirma Ricardo Jacques, secretário de Relações Internacionais da Contraf-CUT. “A presidência da Felaban diz não ser seu papel discutir o tema do sistema financeiro com a sociedade e os trabalhadores, porém, ao mesmo tempo faz uso dos meios de comunicação para divulgar um tema que interessa a todos. Afinal, a entidade deseja ou não ter diálogo com os trabalhadores?”, questiona Ricardo.
A entidade dos bancos é presidida por Ricardo Villela Marino, conselheiro do Itaú Unibanco e filho de Milu Villela, umas das principais acionistas do Banco Itaú Unibanco, e provável futuro sucessor de Roberto Setubal no comando do banco, como mostra a matéria do Valor Econômico.