(Brasília) O pesquisador Marcio Pochmann, autor do estudo "Terceirização e Diversificação nos Regimes de Contratação de Mão-de-Obra", destaca que existem experiências positivas de uso da terceirização, em outros países. Na Alemanha e na Itália, por exemplo, a legislação prevê que o salário do terceirizado não pode ser menor do que o que era pago para o funcionário na mesma função.
"No caso brasileiro, o que percebemos de forma diferente do que ocorre nos países desenvolvidos é que a terceirização tem sido utilizada de uma maneira mais extensiva para redução do custo da mão-de-obra e não necessariamente para modernização da estrutura produtiva", aponta. A estimativa é que a terceirização represente uma economia para as empresas brasileiras de cerca de 7% nos gastos com folha de pagamento e encargos sociais. Em 2005, esse percentual representaria R$ 26 bilhões.
Para o pesquisador, é preciso que o governo interfira nessa questão, com nova regulamentação. "É necessário regular melhor a terceirização porque no Brasil ela se mostrou um processo de redução do custo do trabalho e precarização das próprias ocupações", disse. "A experiência internacional demonstra que a terceirização pode ocorrer sem que isso represente redução do salário dos trabalhadores envolvidos nessas atividades", concluiu.
Fonte: Agência Brasil