Emprego foi tema da primeira rodada específica com Banco da Amazônia

Representantes dos trabalhadores cobraram mais contratações na reunião

Começaram as rodadas de negociações específicas com o Banco da Amazônia na Campanha Nacional 2015, e nessa segunda-feira (31) o tema da rodada inaugural foi Emprego. Dentre os temas debatidos, destaque para terceirização, contratações, descomissionamentos e Comitê de Recursos Humanos e Relações Sindicais (COMIR).

Não houve nenhum posicionamento do banco referente à tomada de decisões sobre os pontos debatidos, apenas a afirmativa de que acumulará elementos sobre os debates nas mesas agendadas, para apresentar uma proposta global ao final.

Os pontos do debate foram:

ARTIGO 17. DESCOMISIONAMENTO DECORRENTE DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO FUNCIONAL
ARTIGO 24. PARTICIPAÇÃO DE EMPREGADOS NO COMITÊ DE RECURSOS HUMANOS E RELAÇÕES SINDICAIS (COMIR)
ARTIGO 25. COMITÊ DE PLANEJAMENTO
ARTIGO 27. DAS MESAS PARITÁRIAS ESPECÍFICAS
ARTIGO 33. JORNADA DE TRABALHO
ARTIGO 43. PROGRAMA DE INCENTIVO À FORMAÇÃO PROFISSIONAL
ARTIGO 51. AMPLIAÇÃO DO QUADRO DE EMPREGADOS
ARTIGO 59. DA REESTRUTURAÇÃO ORGANIZACIONAL DO BANCO

Novas contratações

O Banco disse que tem um limite do DEST para o quadro de empregado, que é de 3.303 trabalhadores. Hoje, o quadro funcional do Banco da Amazônia é de 3.182 empregados, mas a meta da empresa é chegar ao patamar de 3.201 contratados. Nesse sentido, o banco informou que já foram contratados recentemente alguns remanescentes do último concurso e que será realizado novo concurso em setembro desse ano para novas contratações.

“A reivindicação da nossa Campanha Nacional, em todos os bancos, por contratações de mais funcionários é para melhoria das condições de trabalho, e no caso do Banco do Amazônia é também para ampliação das atividades na empresa na região, como abertura de novas agências, o que implicaria, inclusive, na ampliação desse limitador do DEST para as contratações”, pondera o secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, Carlindo Dias (Abelha).

Terceirização

A reivindicação da categoria é que não haja nenhum serviço terceirizado no Banco da Amazônia, sobretudo na área fim, como ocorreu na Tecnologia da Informação, onde cerca de 80% do quadro de empregados da TI era terceirizado, situação que o Sindicato do Pará conseguiu reverter através de ação judicial.O banco considera o tema importante e que o mesmo deve continuar em debate, em mesa permanente.

“O combate à Terceirização é prioridade para o movimento sindical bancário e para todas as entidades sindicais filiadas à CUT, por entendermos que a terceirização precariza as relações de trabalho e retira direitos dos trabalhadores, e é por isso que essa pauta é fundamental para a Campanha Nacional 2015 da categoria bancária”, afirma a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Rosalina Amorim.

Descomissionamento

As entidades sindicais questionaram a falta de critérios claros e objetivo para os descomissionamentos no Banco da Amazônia, tendo em vista que a ausência deles contribui para interpretações subjetivas dos dados fornecidos pelo SGD (Sistema de Genciamento de Desempenho). O Banco reconhece falhas quanto a isso, mas diz o processo de descomissionamentos será aprimorado nesse sentido, inclusive com acompanhamento de consultoria.

“Nós, enquanto entidades sindicais, queremos participar do processo de construção de critérios para avaliação de desempenho no banco. Não aceitamos que um sistema seja construído, de forma unilateral, para atender o interesse da empresa em prejuízo aos empregados. O banco diz que chamará as entidades para discutir a proposta da consultoria de melhoria da gestão de pessoal, mas só isso não basta para nós, queremos mais transparência e democracia nesse processo”, aponta o vice-presidente da Fetec-CN e empregado do Banco da Amazônia, Sérgio Trindade.

COMIR

As entidades sindicais reivindicaram a paridade no Comitê de Recursos Humanos e Relações Sindicais (COMIR) do Banco da Amazônia, o qual é composto atualmente por 4 representantes do Banco e 1 representante eleito pelos empregados.

“Nossa reivindicação tem como ponto principal a composição paritária desse comitê, com todos os membros dos empregados eleitos, e com paridade de gênero. O Banco não foi muito receptivo a essa proposta, mas as entidades argumentaram que a intenção é que haja uma representação equilibrada entre os representantes do banco e dos empregados”, desta o diretor da Fetec-CN e empregado do Banco da Amazônia, Ronaldo Fernandes.

Comitê de Planejamento das Agências

Atualmente os empregados só têm a garantia de 1 representante da AEBA. A reivindicação da categoria é de composição paritária desse comitê e por eleição direta dos empregados.

Mesas paritárias específicas

O banco entende que está contemplado pelo ACT vigente no que diz respeito à mesa permanente, mas as entidades argumentaram que essas mesas específicas são para tratar com mais profundidade de temas mais minuciosos, como o PCCS, por exemplo, o qual poderia funcionar paralelamente, sem engessar outras temáticas que podem ser tratadas em mesa permanente.

Jornada de Trabalho

O mais questionado foi a garantia do cumprimento da jornada dos trabalhadores e o pagamentos das horas extras, quando estas forem necessárias. Outra questão foi sobre o pagamento das horas extras de funções com jornada de 8 horas, tendo em vista que o Sindicato já questiona na justiça a redução de jornada desse público, de 8 horas para 6 horas.

Reestruturação Organizacional do Banco

As entidades reivindicaram que elas sejam informadas com, pelo menos, 6 meses de antecedência, sobre qualquer reestruturação interna. “O pedido é para que o Banco formalize as entidades sindicais sobre qualquer medida que cause impacto no ordenamento das funções e gestão de trabalho, para que os empregados, através de suas entidades representativas, sejam envolvidos no planejamento de todo processo de reestruturação, e não apenas discutir o que o banco planeja unilateralmente”, afirma Sérgio Trindade.

Pela representação da categoria na reunião estavam a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará Rosalina Amorim, o Secretário de Organização da Contraf-CUT Carlindo Abelha, o Vice-presidente da Fetec-CUT Centro Norte Sérgio Trindade e o diretor da Federação Ronaldo Fernandes e o assessor jurídico do Sindicato Fernando Galizza. Pela instituição financeira estavam o coordenador da Comissão e gerente executivo da Gesop, Francisco Moura, as gerentes executivas Bruna Carla Paraense (Gepes), Ana Paula Bulhões Leal (Gecor) e ainda a secretaria da Comissão, Maria José Amaral.

Principais reivindicações específicas

-Retomada do patrocínio ao Plano de Saúde;
-Ajuste do Ponto Eletrônico com garantia do registro de jornada e pagamento das horas extras;
-Implantação Imediata do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR);
-Mais Contratações e melhores condições de trabalho;
-Mais investimentos segurança bancária e prevenção contra assaltos e sequestros;
-Combate ao assédio moral e a todas as formas de assédio no ambiente de trabalho;
-Mais treinamentos internos para os empregados.

Próximas reuniões

11/09/2015 – Saúde e Condições de Trabalho
17/09/2015 – Igualdade de oportunidades e Remuneração

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