O Conselho de Administração da Caixa se reúne nesta quinta-feira (7). Em pauta estará a alteração do estatuto do banco, com uma proposta que possibilita a transformação do banco em uma empresa de sociedade anônima.
Empregados da Caixa e sindicatos dos bancários de todo o país realizam protestos em frente às agências do banco contra a proposta de alteração estatutária.
“Esse é o primeiro passo para abrir o capital da empresa e, desta maneira, a Caixa deixar de ser 100% pública. Abrindo o capital, a Caixa terá que responder aos interesses de acionistas, mesmo minoritários. Investidores privados têm como prioridade o lucro. Não lhes interessa desenvolver políticas sociais, como a construção de casas populares, ou mesmo a manutenção de agências em bairros e cidades consideradas como de baixa lucratividade”, disse Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa).
Presente em São Paulo desde quarta-feira (6) para participar de reunião na sede da entidade, a Diretoria Executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), participou das atividades realizadas na avenida Paulista pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo Osasco e Região.
Segundo o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, as políticas de inclusão e desenvolvimento implantadas no Brasil somente foram realizadas porque existem os bancos públicos. O sonho da casa própria somente foi possível devido à existência da Caixa Econômica Federal 100% pública e do programa Minha Casa, Minha vida. O acesso das pessoas mais pobres à universidade se deve à existência do ProUni e do Fies, a distribuição de renda, que proporcionou a redução da fome e da miséria, foi feita pelo Bolsa Família.
“É fundamental a manutenção da Caixa como empresa 100% pública para que políticas como estas continuem existindo. Nada impede que os bancos privados invistam nestas políticas voltadas à população mais carente, mas eles não investem. Para eles, não é interessante. Eles querem investir em coisas mais lucrativas”, disse o presidente da Contraf-CUT. “Com a abertura do capital, consequentemente haverá a abertura do capital da Caixa e, assim o banco deixará de ser 100% público. Toda a sociedade perderá muito se isso acontecer. Os únicos beneficiados serão os bancos privados, que já ganham demais no Brasil”, completou.
Durante os atos, empregados e a população receberam uma cartilha explicando os motivos da necessidade de manutenção da Caixa 100% publica e uma carta aberta informando outros motivos dos protestos, como a não contratação de funcionários, medida que prejudica o atendimento à população, sobrecarrega os funcionários e os leva ao adoecimento, reduzindo ainda mais o quadro de funcionários e prejudicando a população. “A população é quem mais sofre com o desmonte da Caixa promovido pelo governo Temer”, disse Dionísio.
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