Manifestações e caminhada em defesa da Caixa 100% pública
Com faixas repudiando a abertura do capital da Caixa, o que implicaria na retirada de direitos dos trabalhadores, empregados da Caixa Econômica Federal de Teresina participaram maciçamente nesta sexta-feira (27), no Dia Nacional de Luta em Defesa da Caixa 100% pública, movimento que aconteceu em todo o Brasil.
Na capital piauiense, a concentração aconteceu em frente a agência da Caixa Areolino de Abreu, no Centro de Teresina, reunindo sindicalistas e empregados da agência, que também defendem o banco como patrimônio do povo.
A manifestação também contou com o apoio da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal do Piauí (APCEF-PI), Sindicato dos Previdenciários do Piauí (Sintsprevi), Sindicato dos Trabalhadores na Educação (Sinte), Central Única dos Trabalhadores (CUT-PI) e a ONG Mundo de Preservação Ambiental.
O diretor do Sindicato dos Bancários do Piauí, Carlos Augusto, esclareceu os clientes que aguardavam na fila do banco, bem como a população em geral, que se tratava de uma manifestação pacífica e ordeira. “Queremos que a Caixa permaneça um banco público”, frisou.
O presidente da APCEF-PI, Leonam Carvalho de Morais Filho, enfatizou que a possível privatização da Caixa poderia trazer como consequência “mudança no foco de atendimento dos programas sociais realizados pela Caixa”. Ele ponderou mencionando que, em sendo privatizado o banco, os investidores se preocupariam apenas com o faturamento e não mais com o papel social da Caixa.
O diretor do Sindicato dos Previdenciários do Piauí, Inácio Shuck, fez um breve discurso fervoroso, destacando as mudanças de administração do governo, particularizando a importância de preservar as conquistas dos trabalhadores. “Ou vamos para as ruas ou vamos ser destruídos pelo mercado”, enfatizou, comentando que hoje em dia são comuns as demissões em vários setores do mercado de trabalho. “Querem acabar com a inclusão social e o mercado interior. Vamos à luta e a vitória que é do povo”.
O presidente do Sindicato dos Bancários do Piauí, Arimatea Passos, fez questão de agradecer aos bancários e às bancárias que aderiram ao movimento, bem como aos representantes de outros sindicatos que fizeram questão de abraçar a causa. “Essa é uma manifestação nacional, mas em algumas cidades já vinha sendo realizada pelos bancários, como em Teresina, para tentar barrar a privatização. A Caixa precisa e deve ser do povo”.
Ele conta que a diretoria do Sindicato está estudando a realização de novas manifestações em defesa da Caixa nas unidades do interior do Piauí. “Vamos perder muito se a Caixa for privatizada”, ressaltou o sindicalista.
Já o vice-presidente do Sindicato, João Sales Neto, também saiu em defesa da Caixa 100% pública e informou a todos os clientes que não se pode ficar de braços cruzados diante de uma situação como essa. “O objetivo dessa manifestação é levar aos empregados da Caixa e à população em geral, que a privatização ameaçaria vários programas sociais que beneficiam a população carente do Brasil. Temos que dizer não à privatização e sim às promessas de campanha do governo federal”, avaliou.
O também diretor do Sindicato, Francisco Reis, leu para os clientes o manifesto de repúdio à abertura do capital da Caixa que foi distribuído à população.
A diretora do Sindicato, Francisca de Assis Araújo, manifestou a sua indignação quanto à abertura do capital da Caixa. “Devemos dizer não”, observou, referindo-se ainda ao programa Bolsa Família, um dos carros-chefes do governo federal que a Caixa executa em todo o Brasil, beneficiando milhares de famílias carentes. “É necessário respeitar a importância do banco”.
Da concentração na agência Areolino de Abreu, os manifestantes saíram em caminhada até a agência Conselheiro Saraiva da Caixa, na Praça Rio Branco, também no Centro de Teresina.
O cidadão José Mesquita, 69 anos, residente na zona rural da cidade de Timon (MA), foi ao microfone dar o seu apoio aos bancários da Caixa. Ele disse que recebe o auxílio-doença pelo banco e falou ser a favor da iniciativa da categoria em lutar pelo direito de manter a Caixa 100% pública.