Assaltos e sequestros põem em risco a vida de trabalhadores e clientes
O primeiro ataque foi ainda de madrugada desta quinta-feira (12) em Baião, nordeste do Pará. Cerca de 9 homens armados e divididos em grupo sitiaram a cidade. Uma parte do bando foi em direção ao Banco do Brasil do município onde explodiram o cofre.
A outra parte seguiu para o quartel da PM para impedir a reação dos policiais. Houve troca de tiros. Apesar da destruição na agência, os criminosos não conseguiram levar nada, porque desde setembro do ano passado, quando foi registrado o último assalto, a unidade deixou de trabalhar com numerário por motivos de segurança.
“A informação que obtivemos foi que a precariedade na segurança pública de Baião motivou o banco a tomar essa decisão, mas o que não impediu mais uma investida dos criminosos deixando em pavor a categoria bancária em todo o Estado. A sensação que temos é que não se tem mais para onde correr. Viramos reféns da criminalidade e de um poder público inoperante. Enquanto a polícia desvia toda a atenção para um município assaltado, descobre o resto do Estado e os bandidos aproveitam para agir em série”, afirma o diretor do Sindicato dos Bancários do Pará, Gilmar Santos.
A segunda ocorrência foi em Canaã dos Carajás, sudeste paraense. Cerca de 3 criminosos sequestraram e renderam um casal de bancários do Banco da Amazônia quando eles chegavam em casa no início da noite de quarta-feira (11).
Os criminosos passaram a noite com a família até amanhecer quando seguiram com a bancária para a agência e o esposo dela continuou como refém. Depois de o dinheiro ser entregue ele foi liberado sem ferimentos.
O Sindicato foi aos dois municípios para acompanhar os casos de perto e prestar a assistência necessária aos bancários e bancárias. “O trauma é quase que inevitável nesses casos, o psicológico de todos os funcionários da agência fica abalado e é dever do banco emitir a CAT para todos para que o INSS uma eventual doença ocasionada pelo trauma – como uma síndrome do pânico, comum nesses casos – tenha sido causada no ambiente de trabalho”, destaca a diretora do Sindicato em Marabá, Heidiany Moreno.
Além disso, o Sindicato já solicitou mais uma vez, por meio de ofício, uma reunião com a Secretaria de Segurança Pública e demais órgãos competentes para tratar da insegurança bancária no Estado.
“A violência e a insegurança são cada vez mais graves em nosso estado. Os trabalhadores e trabalhadoras de agências bancárias têm sido alvo recorrente da ação de criminosos que estão impondo a lei do terror aqui no Pará. Enquanto isso, nem o poder público e nem os bancos vêm a publico dar uma satisfação à sociedade sobre o que pretendem fazer para melhorar a segurança pública e bancária”, afirma a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.
“Nós cobramos, reiteradamente, um canal de diálogo com o governo do estado e com os bancos no sentido de construirmos coletivamente soluções para combater a violência contra bancos em nosso estado. Vamos mobilizar a nossa categoria e a população paraense para darmos um basta nessa situação caótica que estamos vivendo”, ressalta a dirigente sindical.