Em greve, categoria de Caxias do Sul querem respeito da Fenaban

Os bancários de bancos públicos e privados entram em greve por tempo indeterminado nesta terça-feira (6), em todo o País. É a resposta que os trabalhadores decidiram dar para a proposta desrespeitosa apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), na última rodada de negociação, ocorrida no dia 25 de setembro.

Em Caxias do Sul, neste primeiro dia de greve, os bancários em greve se concentraram na entrada de todas as agências de bancos privados (Itaú, Bradesco, Santander, HSB) localizadas na área central da cidade. “Estamos conversando com os colegas e fazendo o convencimento para a adesão à paralisação. Além disso, também estamos esclarecendo a população acerca de nossas reivindicações”, informou o coordenador da Secretaria de Organização e Política Sindical, Nelso Bebber.

Até as 14h desta terça-feira, 33 agências localizadas nas 14 cidades da base de atuação do Sindicato caxiense aderiram à paralisação. Em todo o RS são 366 agências paralisadas. A categoria reivindica 16% de reajuste (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real), entre outras pautas, como o fim do assédio moral e das metas abusivas. A Fenaban ofereceu apenas 5,5%, o que representa perda real de 4% para os salários e demais verbas da categoria, já que a inflação acumulada de agostou ficou em 9,88% (INPC).

Os bancários também reivindicam mais contratações. “Os bancos, que lucram tanto, demitem milhares de trabalhadores todos os anos. Somente em 2015 foram fechados 5.864 postos de trabalho, quer dizer, foram demitidos 26.290 e recontratados 20.426. Essa atitude prejudica os bancários, que têm sobrecarga de trabalho, e também a população, pois aumentam as filas e o tempo de espera nos atendimentos”, observou Bebber.

Lucro dos Bancos
Somente nos primeiros seis meses de 2015, os ganhos dos quatro maiores bancos somados cresceram mais de 40% no primeiro semestre, na comparação com os primeiros seis meses de 2014. Já em 2014, os cinco maiores bancos do País atingiram o expressivo montante de R$ 60, 3 bilhões, com evolução de 14,4% em 12 meses

Itaú – No semestre, o lucro contábil somou R$ 11,71 bilhões, contra R$ 9,318 bilhões nos primeiros seis meses de 2014. Nos moldes do lucro ajustado, os ganhos foram de R$ 11,94 bilhões no primeiro semestre de 2015, contra R$ 9,502 bilhões no mesmo período do ano passado.

Santander – No primeiro semestre de 2015, o lucro total ajustado somou R$ 3,308 bilhões, 15,5% acima dos R$ 2,864 verificados no mesmo período do ano anterior. Já o lucro líquido contábil (também chamado de societário) ficou em R$ 4,565 bilhões, contra R$ 1,046 bilhão em 2014.

Bradesco – No primeiro semestre, o lucro líquido contábil da instituição somou R$ 8,717 bilhões, acima dos R$ 7,221 bilhões verificados no mesmo período de 2014. Nos moldes ajustados, o lucro líquido do primeiro semestre de 2015 foi de R$ 8,778 bilhões, contra R$ 7,277 bilhões no mesmo período de 2014.

Banco do Brasil – Nos primeiros seis meses, o banco registrou o lucro líquido contábil de R$ 8,826 bilhões – valor 60,3% superior ao primeiro semestre de 2014 (R$ 5,506 bilhões) O lucro ajustado atingiu R$ 6,065 bilhões em 2015, após registrar R$ 5,438 nos primeiros seis meses de 2014.

Tarifas bancárias sobem até 169% em dois anos
De acordo com a associação de consumidores Proteste, as tarifas cobradas pelos oito maiores bancos do país entre 2013 e 2015 cresceram até 169%. O percentual é 8,6 vezes superior à inflação para o mesmo período.

Mais que isso, o aumento para as tarifas foi 9,83 vezes maior que os 17,18% que reajustaram os salários dos bancários desde 2013.

O levantamento da associação Proteste comparou as tarifas das cestas informadas nas tabelas de Banrisul, Banco do Brasil, Bradesco, Citibank, HSBC, Itaú, Santander e da Caixa Federal. O maior aumento foi na cesta Exclusive Fácil (antiga Conta Fácil Bradesco Super) do Bradesco, que em 2013 custava R$ 23 mensais, e no próximo mês passará a custar R$ 61,90. O consumidor terá um custo anual de R$ 742,80, ou seja, R$ 466,80 a mais que em 2013.

Também foram encontrados pacotes de serviços com valores de até R$ 74 mensais, como o cobrado pelo Santander na cesta de serviço Van Gogh Max. O custo anual do pacote soma R$ 888.

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