Mobilização contra as demissões e o desrespeito do banco inglês
Os bancários pararam nesta quinta-feira, dia 14, uma das principais unidades do HSBC no Recife. A agência Centro, localizada na avenida Conde da Boa Vista, um dos mais importantes corredores bancários da capital pernambucana, permaneceu fechada o dia todo.
O protesto fez parte do Dia Nacional de Luta dos empregados do banco e é uma resposta à frustração provocada nos trabalhadores do HSBC, em todo país, após a última negociação permanente com banco inglês sobre emprego, remuneração e previdência complementar, ocorrida no dia 4 passado, em São Paulo.
Segundo o diretor do Sindicato dos Bancários de Pernambuco e empregado do HSBC, Pedro Villa-Chan, a mobilização reforça as principais reivindicações do movimento sindical, como o fim das demissões e a contratação de mais funcionários para melhorar as condições de trabalho e o atendimento aos clientes, o não desconto dos programas próprios de remuneração (PPR/PSV) na PLR, a implantação de um plano de previdência complementar para todos os trabalhadores do banco e melhores condições de saúde e segurança.
“Todos esses fatores e todas essas questões levam ao desgaste dos funcionários e comprometem o atendimento aos clientes. O que não é condizente com o lucro do banco, que hoje supera a casa dos R$ 3 bilhões”, explica Villa-Chan.
Também funcionário do HSBC, o secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT e diretor do Sindicato, Alan Patrício, fez um balanço positivo das mobilizações pelo país. “Nós atingimos o nosso principal objetivo que era incomodar o banco e chamar os funcionários do HSBC a fortalecer o nosso movimento”, afirma.
“Fechamos em Curitiba a principal agência do banco, a matriz que fica no Palácio Avenida e mais 26 unidades. Também realizamos manifestações expressivas em São Paulo, Belo Horizonte, aqui em Pernambuco, e em toda Região Nordeste. Por todo Brasil houve fechamento de agências por 24 horas”, analisou o dirigente sindical.
Ainda de acordo com Alan, a partir de agora, a Contraf-CUT, assessorada pela Comissão Nacional de Organização dos Empregados (COE) do HSBC, vai avaliar o movimento e esperar que o banco tome uma postura correta e digna em mesa de negociação. “Caso isso não aconteça, vamos mobilizar, ainda mais, e paralisar mais agências. Nossa luta é resolvermos, o quanto antes, os problemas da mesa específica de negociação”, esclareceu o dirigente da Contraf-CUT.
Já na opinião do secretário de Bancos Privados do Sindicato, Geraldo Times, que também avaliou positivamente a manifestação nacional, o diálogo com a sociedade e a compreensão dos trabalhadores são fundamentais para o êxito da mobilização.
“Escolhemos a agência Centro do HSBC, aqui em plena avenida Conde da Boa Vista, para dialogar com a população e com os funcionários. Percebemos que a população entende a necessidade dessa paralisação, porque também é um protesto que reflete na diminuição de tarifas, que é um dos objetivos de nossa pauta, a redução dos juros”, cometa Geraldo.
O secretário falou ainda que na agência fechada já ocorreram quatro demissões só este ano. “Uma delas o Sindicato conseguiu reverter, porque o colega demitido era lesionado. Ou seja, o banco não está poupando nem quem está com doença ocupacional. Essa atividade mostra para o HSBC que nós estamos atentos e não vamos permitir que o banco continue demitindo indiscriminadamente. A unidade ficou fechada 100% durante todo o dia, inclusive o autoatendimento, e vamos continuar esse processo de paralisação se não houver nenhum avanço na pauta específica de negociação do HSBC”, alerta Geraldo.